“Goleiros da Copa 2010 apresentaram mais que boas defesas, mostraram segurança e liderança”
Os goleiros fizeram tudo que podiam na Copa 2010?
O começo da Copa do Mundo de 2010 foi marcado por preocupações em relação à Jabulani. O peso e tamanho da bola estavam sempre em pauta nas discussões entre especialistas, jogadores profissionais, dentre outros. E até o goleiro Robert Green, da seleção inglesa, atribuiu o seu famoso erro de defesa à Jabulani.
E foi defendendo a mesma bola que Iker Casillas, goleiro da seleção Espanhola, levou o prêmio "Luva de Ouro" da Fifa. Segundo Felipe Rodrigues, coordenador técnico da Fechando o Gol, academia especializada no treinamento de goleiros amadores e profissionais, o prêmio atribuído foi bastante justo. “Casillas teve competência durante os jogos. Ele liderou o time, realizou excelentes defesas e demonstrou profissionalismo e um bom trabalho psicológico, pois suportou com firmeza todas as pressões de uma Copa do Mundo e que levam um goleiro a cometer erros, mas ele tomou apenas dois no torneio e que não ocorreram por falhas dele”.
Para Rodrigues, que atua com treinamento de goleiros há oito anos, além de Casillas, outros jogadores desta posição apresentaram também um bom desempenho durante o campeonato. “Mesmo com todas as condições adversas, como o estresse, as pressões da imprensa e dos torcedores de seus respectivos países, tivemos goleiros que se mostraram conhecedores das técnicas de defesa e posicionamentos precisos para cada situação de chutes. Os goleiros da Nigéria, Alemanha, Paraguai e da Holanda se saíram muito bem”, complementa.
Sobre o goleiro da Nigéria, Vicente Enyeama, outro agraciado pela Fifa como melhor jogador na partida contra a Argentina, Rodrigues, que coordena aproximadamente 100 alunos da Fechando o Gol, analisa que o esportista ainda pode fazer carreira em um time europeu de futebol. “Apesar de não ter uma estatura elevada, ele apresenta boa movimentação, posicionamento e uma ótima técnica. Estas qualidades foram demonstrando em jogos decisivos como o da Argentina. Ele tem condições de seguir carreira em um grande time europeu”.
O goleiro da Alemanha, Manuel Neuer, com apenas 24 anos e que em entrevista disse que “estava aprendendo muito durante os jogos da Copa”, para Felipe Rodrigues apresentou uma condição ou característica necessária nos goleiros. “Ele é seguro, e isto é uma necessidade na posição que está. Um goleiro que fica inseguro na área é mais suscetível a levar gols. O estado psicológico atrapalha muito no desempenho do atleta”, alerta.
O guarda redes do Paraguai, Justo Villar é “merecedor também de prêmios, pois teve um ótimo desempenho”, afirma Felipe. “Transmite também segurança e tem características de liderança, pois foi até capitão da equipe durante os jogos. Ainda favorecido pela posição que se encontra em campo, teve condições de levar o time para frente e de fato ocorreu, chegou até as quartas de final”.
Já o holandês Maarten Stekelenburg, que disputa a segunda Copa do Mundo, segundo Rodrigues ele é conhecedor das técnicas defensivas. “Aplica as técnicas em campo, tem uma excelente tirada de bola, ele sempre a joga para fora da área e isso inibe os gols de rebote”.
“Nestes quatro, além das atribuições físicas necessárias para um goleiro, são notórias a segurança, a liderança, o conhecimento e aplicação das técnicas e a parte psicológica do atleta para aguentar as possíveis pressões. Tais características que busco estimular e ensino os caminhos para os alunos da Fechando o Gol durante as aulas”, complementa Rodrigues.
Sobre Júlio César, que defendeu a seleção brasileira nos cinco jogos, o coordenador afirma que ele estava bem preparado, mas “foi pouco requisitado”. “Ele é um ótimo goleiro. Considerado até a Copa como o melhor do mundo, é um fato inédito entre os brasileiros. Tem um bom posicionamento e velocidade de reação. Faz boas jogadas com os pés, mas não era muito exigido, pois tínhamos uma boa defesa e aí ele não apareceu muito”.
Para a Copa de 2014 no Brasil, Felipe Rodrigues afirma que o Brasil está com bons goleiros “Caso o Júlio César não atue, ainda penso no Victor do Grêmio, no Fábio que está no Cruzeiro, podem ser bons defensores e ainda no Diego Alves que faz um bom trabalho fora do Brasil e o Diego Cavalieri, que está no Liverpool. São excelentes profissionais e que treinam muito e fazem ótimos campeonatos em seus clubes, pois o resultado agente vê em campo”.
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