Em depoimento, primo de Bruno diz que mentiu para delegado
Em depoimento à polícia de Minas, Sérgio Rosa Sales, o Camelo, primo do goleiro Bruno Fernandes --ambos presos suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do jogador-- voltou atrás na afirmação de que Bruno participou da morte de Eliza.
Segundo depoimento prestado na quinta-feira (15), ao qual a Folha teve acesso, Sales diz ao delegado Edson Moreira que mentiu em declarações anteriores.
"Antes, doutor, eu menti para o senhor, dizendo que o Bruno tinha saído com o Flavinho. Eu falei também que ele tinha ido com o Macarrão e o [adolescente] para a casa do Bola. Ele não foi, não, doutor. Ele ficou comigo no sítio. Fazia três dias que eu queria falar com o senhor, mas não deixaram. Falaram que eu não podia ter contato".
Segundo a polícia, Flavinho é Flávio Caetano de Araújo, amigo do goleiro preso sob suspeita de ajudar a esconder o filho de Eliza. Seu carro foi usado por Bruno no dia em que ela teria sido morta. Macarrão é Luiz Henrique Romão, também amigo de Bruno, preso suspeito de ter sequestrado Eliza. Bola é o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, preso acusado de ser o executor da ex-amante e de ocultar o cadáver.
Sales diz ainda que pessoas que estavam no sítio do goleiro em Esmeraldas (MG) disseram para Eliza que iriam levá-la para conhecer um apartamento onde ela moraria com seu filho. "Eu até cheguei a pensar que fosse verdade mesmo, que eles iam levar ela para o apartamento mesmo. E, com relação ao Bruno, parecia que ele tava impaciente, temeroso, diferente. Toda hora ele ia na máquina e colocava uma música diferente, trocava a música. Eu nunca tinha visto ele assim", disse.
No primeiro depoimento, prestando na semana passada, Sales disse que Bruno havia ido até o local onde Eliza seria morta, e que, na volta, o goleiro parecia tranquilo. A informação revelou divergência em relação à primeira versão apresentada pelo adolescente de 17 anos primo do jogador, que confessou ter participado do sequestro de Eliza. O garoto disse que Bruno não havia presenciado o crime.
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