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Economia
Sexta - 16 de Julho de 2010 às 20:42

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A reunião do Conselho de Administração da Portugal Telecom terminou sem uma decisão nesta sexta-feira sobre a oferta da Telefónica para comprar a participação do grupo português na operadora móvel brasileira Vivo, horas antes de a proposta da espanhola expirar, segundo fontes.

A Telefónica ofereceu 7,15 bilhões de euros pela parte da Portugal Telecom na Vivo.

O BES (Banco Espírito Santo), importante acionista do grupo português, informou hoje que a parceria da Portugal Telecom com a Telefónica se esgotou e a empresa portuguesa deve vender sua participação na Vivo.

Segundo a agência oficial de notícias de Portugal, a "Lusa", Ricardo Salgado, presidente-executivo do BES, afirmou que a Portugal Telecom tem que usar os recursos da venda para preparar novas parcerias com grupos brasileiros.

O executivo, segundo a agência, havia dito que aguardava ansiosamente a decisão do conselho da Portugal Telecom, mas acrescentou que após o uso da golden share pelo governo português para vetar a operação no mês passado, "a decisão está mais nas mãos do governo".

O governo português reiterou na manhã desta sexta-feira que mantém o veto, por meio da golden share, à venda.

ENTENDA O CASO

A Telefónica da Espanha divide o controle da Brasilcel, dona da brasileira Vivo, com a Portugal Telecom. Em maio, a espanhola (que também detem participação na PT) fez uma proposta de 5,7 bilhões de euros pelos 30% da parte que a PT detém na Brasilcel. A portuguesa não quis vender sua participação e a Telefónica pressionou o mercado aumentando duas vezes a proposta até chegar em 7,15 bilhões de euro na véspera da assembleia da PT, ocorrida no dia 30 de junho.

Nesta assembleia, a comissão de valores de Lisboa vetou que os acionistas da Telefónica votassem, por serem acionistas na PT, devido ao conflito de interesses envolvido na questão. Mesmo sem a participação da espanhola na assembleia, a maioria dos acionistas concordou com a venda do percentual da Vivo à Telefónica. Após essa decisão, o governo de Portugal utilizou suas 500 ações golden share (com poder de veto em negociações estratégicas) para impedir a venda.

Desde então, a CE (Comissão Europeia) e os mercados espanhol e português vêm discutindo a legitimidade da atitude do governo português, que segundo a CE, contraria os aspectos democráticos das negociações. 





Fonte: Reuters

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