Progressista é convocado a explicar denúncia de desvio

 

O requerimento com o “convite” foi apresentado pelo deputado estadual Ademir Brunetto (PT) e aprovado pelos demais parlamentares. Para o petista, a presença de Henry se faz necessária devido à gravidade das acusações, divulgadas em primeira mão pelo Diário, no último dia 4. 

 

Henry, que comandou a secretaria de Saúde no início do governo Silval Barbosa (PMDB), afirma que Mauri estaria desviando cerca de R$ 3 milhões que estariam sendo encaminhados mensalmente pelo Ministério da Saúde para implantação de um hospital em Sinop. 

 

Conforme o congressista, a unidade estava pronta, mas sem equipamentos, há pelo menos 10 anos. Durante sua atuação na Pasta, época em que Mauri era secretaria de Saúde de Sinop, o pronto atendimento foi aberto. Henry sustenta, no entanto, que o governo federal já destina verba suficiente para colocar em funcionamento todos os leitos do hospital. 

 

Brunetto defende ainda que, após Henry prestar esclarecimentos, Mauri também seja chamado para conversar com os deputados e dar sua versão sobre os apontamentos feitos contra si. 

 

“O Henry terá que subsidiar as informações que passou à imprensa. É preciso ouvir o ex-secretário sobre as acusações de desvio de recursos. A AL precisa ter atitudes contundentes, porque a secretaria de Saúde constantemente é alvo de denúncias”, defendeu o petista. 

 

Já o presidente da mesa diretora, deputado Romoaldo Júnior (PMDB), acredita que a convocação de Henry não é necessária. Para o peemedebista, o deputado federal está envolvido em uma crise político-partidária. 

 

Em uma clara tentativa de amenizar a crise, Romoaldo defendeu que Henry tem realizado um excelente trabalho por Mato Grosso na Câmara Federal e que Mauri, em contrapartida, também tem uma boa atuação no comando da secretaria. 
 

 

O presidente, no entanto, parece ser o único a querer evitar o confronto entre os progressistas. Os demais parlamentares, como Dilmar Dal Bosco (DEM), já anunciaram que cobrarão explicações. 

 

O pedido de exoneração de Mauri, inclusive, voltou a ganhar força no Legislativo. Anteriormente defendido apenas pela bancada do PP, ele já ganhou o apoio de Dilmar, que tem base eleitoral em Sinop, cidade supostamente prejudicada pelo desvio. 

 

SECRETARIA PROBLEMA - Desde que assumiu a Pasta, Mauri tem enfrentado bastante dificuldade de gerenciamento. Além de ter “herdado” de seu antecessor o atraso nos repasses para os municípios, teve que lidar com o escândalo das centenas de medicamentos de alto custo que venceram nas dependências da secretaria sem serem distribuídos aos pacientes. Mais tarde, anunciou não ter controle sobre quanto o governo paga às organizações sociais de saúde (OSSs).