Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 16 de Julho de 2010 às 07:34
Por: Clarice Navarro Diório

    Imprimir


Um adolescente de 16 anos foi atacado por uma onça pintada no final da tarde de quarta-feira, na região do Pantanal, em Cáceres. Victor Hugo Braz integrava, juntamente com seu pai, um grupo de Minas Gerais que estava fazendo turismo de pesca no rio Paraguai, no Pantanal, a bordo da embarcação São Lucas do Pantanal.

O fato aconteceu após o garoto, o pai e dois piloteiros deixarem a embarcação grande para pescar utilizando um barco menor. Quando se aproximaram da margem, a onça atacou.

O fato aconteceu por volta das 17 horas, a 190 quilômetros de Cáceres, na região próxima da Estação Ecológica da Reserva do Taiamã. O menino, segundo relato das testemunhas, foi atacado pelas costas. A onça abocanhou sua cabeça e o arrastou para o rio. Os piloteiros, então, utilizando os remos da embarcação, começaram a bater na onça, que acabou soltando a vítima e voltando para a mata.

O menino foi levado de volta ao barco São Lucas e de lá encaminhado para Cáceres, onde está hospitalizado na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital São Luiz. Ele passou por cirurgia no crânio e seu estado é estável. No ataque, a onça rasgou a cabeça da vítima, deixando a massa encefálica exposta.

O ataque foi comunicado à Agência da Capitania dos Portos em Cáceres pelo proprietário do barco São Lucas do Pantanal, Cairo Bernardino da Costa. O capitão Pedro Garcia, comandante da agência, orientou Cairo a registrar uma ocorrência no Centro Integrado de Segurança e Cidadania. A reportagem tentou contato com os piloteiros que salvaram o adolescente, conhecidos pelos apelidos de “Pato” e Carabina”, mas a informação é que eles ainda estavam na região do Pantanal ontem.

Este foi o terceiro ataque de onça pintada, em dois anos, na mesma região do Pantanal. O primeiro, no final de junho de 2008, teve como vítima fatal o pescador profissional Luiz Alex da Silva Lara, de 22. Ele foi atacado enquanto dormia numa barraca. Arrastado para fora, teve a nuca e os lados da face devorados, além de ter o pescoço quebrado. O bicho só deixou a vítima quando um grupo de pescadores chegou ao local atraído pelos pedidos de socorro do pai de Luiz Alex, que presenciou o ataque. O rapaz morreu no local.

Em abril deste ano, novo ataque. O técnico ambiental Valdemar Ortega, de 53, foi atacado dentro de uma reserva. Funcionário do Instituto Chico Mendes, ele trabalhava há mais de 20 anos na Estação Ecológica do Taiamã.

O ataque aconteceu à noite, quando Valdemar saiu de casa e foi até o gerador para desligar a energia. Experiente, ele conseguiu se livrar após lutar com o animal. Pelo rádio, comunicou-se com colegas de trabalho e foi socorrido pela manhã, com ferimentos leves. Ele deixou de trabalhar no local, afirmando não ter sido a primeira vez que sofreu um ataque de onça.

Poucos dias após o ataque fatal ao pescador Luiz Alex, em 2008, o biólogo Rogério Cunha de Paula, do Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais (Cebap/Ibama), esteve em Cáceres visitando a Reserva Ecológica do Taiamã e o local onde ocorreu o ataque.

Após fazer o levantamento, ele afirmou que o acampamento dos pescadores estava dentro do habitat da onça. “O ataque não foi por falta de alimento. Foi para defender território”, disse ele, acrescentando que existe um número considerável de onças pintadas no Pantanal. “Elas estão se acostumando com a presença do homem e isso pode facilitar o ataque. O habitat do animal deve ser respeitado”, concluiu.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/122761/visualizar/