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Internacional
Quinta - 15 de Julho de 2010 às 17:54

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Após confrontos entre grupos pró e contra e 14 horas de discussão, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina e o décimo do mundo a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em uma sessão tida como histórica, o Senado aprovou na madrugada desta quarta-feira o projeto de lei que deve alterar o Código Civil argentino.

Veja a repercussão internacional do caso:

The Economist

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A revista afirma que "a medida cimenta a reputação da Argentina como um destaque relativamente liberal em uma região socialmente conservadora, e ao mesmo tempo entrega uma grande vitória política de curto prazo à presidente, Cristina Fernández, e seu marido e predecessor, Néstor Kirchner".

Sobre a vantagem política que isso trará a Cristina, a revista pondera: "Se isso irá ajudar ou prejudicar seus esforços para se manterem no poder depois de 2011, porém, continua sendo uma dúvida".

"A tática foi bem sucedida em polarizar o país e dar os extremos às pessoas", diz a revista. Jorge Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, "jogou conforme o jogo" dos Kirchner ao chamar a proposta de "uma pretensão destrutiva contra o plano de Deus". Em resposta, Cristina Kirchner respondeu que "é muito preocupante ouvir expressões como "guerra de Deus" ou "projetos do demônio" e coisas que lembram os tempos da Inquisição", segundo a "Economist".

The Guardian

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O jornal abre sua matéria com a foto de um beijo entre um casal de lésbicas, em manifestação de apoio à lei argentina.

"A Argentina legalizou hoje o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tornando-se o primeiro país da América Latina a declarar que casais de gays e lésbicas têm os mesmos direitos, responsabilidades e proteções legais que o casamento traz aos heterossexuais."

O jornal compara a seção do Congresso a uma "maratona de debates que terminou depois das 4h da manhã". "Quando houve a votação, houve comemorações e abraços entre apoiadores, com policiais mantendo-os separados de opositores que rezavam e seguravam rosários."

CNN

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"Argentina legaliza casamento entre pessoas do mesmo sexo", diz a manchete da rede americana CNN.

A matéria lembra que "no ano passado, um juiz em Buenos Aires decidiu que a proibição de casamento entre pessoas do mesmo sexo era ilegal, abrindo caminho para que esse tipo de casamento acontecesse na capital argentina".

"Um mandado de outro juiz proibiu o que seria o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo ali. Em última instância, o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo da América Latina foi na Argentina, em um Estado do sul com um governador a favor do casamento gay."

The New York Times

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O jornal americano afirma que a medida foi aprovada pelo Senado argentina por "estreita margem" e "após 15 horas de debate".

Citando o apoio do governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner, o "NYT" afirma que "por semanas, ela travou uma amarga guerra de palavras com a Igreja Católica sobre a medida".

"A Igreja organizou amplos protestos pelo país na noite de terça-feira, envolvendo dezenas de milhares de opositores à lei. Alguns senadores criticaram a liderança do Senado na quarta-feira por não permitir uma votação de um projeto de lei alternativo autorizando uniões civis para casais gays."

El País

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"As centenas de homens e mulheres que esperavam em pé, firmes, na praça em frente ao Parlamento, durante as quase 15 horas que durou o debate, irromperam em gritos e canções", informa o jornal espanhol, sobre a reação das pessoas que apoiavam a lei.

O resultado, segundo o jornal, "não reflete a enorme tensão e as dúvidas que rondaram até o último minuto a aprovação do projeto de lei, combatido com todas as forças pela hierarquia da Igreja Católica e pelas igrejas evangélicas, que chegaram a qualificá-lo de "plano do demônio"."

O jornal destaca a participação da senadora Norma Morandini, da Coalizão Cívica, representante da Província de Córdoba, que "pediu a seus cidadãos que compreendessem que o debate devia ficar no campo da defesa dos direitos humanos e não das crenças políticas ou religiosas".

El Mundo

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O jornal espanhol anuncia: "Argentina, dividida pela aprovação do casamento homossexual".

Quando os "alto-falantes anunciaram" a aprovação da medida, os manifestantes a favor "soltaram gritos de festas e entoaram o hino nacional, com a garganta enrouquecida pelo frio".

Do outro lado, os que eram contra "fizeram uma roda no asfalto e entoaram preces". "Hoje é um dia de luto para a Argentina. Essa gente que está festejando um dia se arrependerá. Deus fez o homem e a mulher para que procriassem, e desafiar o plano divino só pode nos trazer desgraças", disse ao jornal Eliseo Rubio, curador do museu da Catedral Metropolitana.

BBC

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"A lei, que também permite a adoção por casais de mesmo sexo, encontrou forte oposição da Igreja Católica e outros grupos religiosos", informa a rede britânica BBC. A matéria também afirma que "a capital da Argentina é amplamente vista entre as cidades mais amigáveis aos gays na América Latina".

"Manifestantes carregavam um cartaz onde se lia, em espanhol, "Nem união nem adoção. Apenas: homens e mulheres", do lado de fora do Congresso em Buenos Aires em 14 de julho", conta a matéria.

"Esperamos (...) que a Argentina, de hoje em diante, seja um país mais justo para todas as famílias", disse Maria Rachid, presidente da Federação Argentina para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais, segundo a BBC.

Do outro lado, Ines Frank, de um grupo chamado Argentinas Famílias Argentina, disse à BBC que oposição não era discriminação "porque a essência de uma família está entre duas pessoas de sexos opostos". 






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