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Economia
Quinta - 15 de Julho de 2010 às 08:01

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Representantes do Grupo Frialto, composto pelas sociedades Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S.A., Agropecuária Ponto Alto LTDA. e Urupuá Indústria e Comércio de Alimentos LTDA, estiveram reunidos no final da manhã de ontem, em Cuiabá (MT), com diretores da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato) e da Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), apresentaram um relatório com a situação financeira do frigorífico e os possíveis cenários para a continuidade da empresa no mercado e revelaram o valor da dívida global: R$ 564 milhões.

A dívida do Frialto, que entrou com pedido de recuperação financeira em 24 de maio deste ano, de pouco mais de meio bilhão, é formada da seguinte maneira: dos R$ 564 milhões, R$ 453 milhões são devidos às instituições financeiras, R$ 97 milhões aos pecuaristas, R$ 6 milhões relativos à débitos trabalhistas e R$ 8 milhões em frete. Durante a reunião, que durou mais de duas horas, a empresa de consultoria de gestão Galeazzi & Associados, o escritório de advocacia Felsberg e Associados, especializado em processos de Recuperação Judicial, e o representante do Frialto, não especificaram quanto é devido aos pecuaristas de cada um dos cinco estados onde atua/atuava. No entanto, como a maior parte da atividade estava concentrada em Mato Grosso, sede do Grupo, pode-se se estimar que mais da metade do valor deverá ser creditado aos pecuaristas mato-grossenses.

“Esta primeira conversa com os credores é para que possamos apresentar um Plano de Recuperação Judicial que tenha capacidade de pagamento e atenda os interesses dos pecuaristas”, disse Thiago Junqueira, advogado do Frialto. Segundo o consultor financeiro Marcelo Camorim, “essa mesma reunião já foi feita com os bancos na semana passada e nossa intenção é mostrar a base para o Plano de Recuperação que será apresentando no próximo dia 26 de julho e os possíveis cenários econômicos para que a empresa continue em pé”. Os “cenários econômicos” vislumbrados pelo Grupo, também não puderam ser divulgados.

O presidente da Acrimat, Mario Candia, disse que “os produtores estão participando da reestruturação do frigorífico e é importante que conheçamos os números da empresa”. Ele disse que os pecuaristas credores estão recebendo “toda orientação e acompanhamento jurídico para lidar com mais esse processo judicial”. O assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardini Candia, alerta os pecuaristas, para que “fiquem atentos para as datas legais, pois no dia 26 será apresentado o Plano e a partir daí terão 30 dias para fazer as objeções”. A Assembleia Geral de Credores –(AGC) - só deve acontecer depois do mês de outubro.

Rogério Romanini, diretor de relações institucionais da Famato, disse que “é importante para o setor saber se a empresa é viável economicamente ou não, afinal isso dá base para o plano de recuperação judicial”. O produtor rural e presidente da comissão de credores da Famasul, José Lemos Monteiro, acredita que “toda e qualquer aproximação e conhecimento é muito importante, mas, a reunião ficou aquém do esperado, porque queríamos saber como será resolvido o nosso problema, como o pecuarista vai receber e isso não souberam nos responder”.

O PROBLEMA - A paralisação das atividades do Frialto ocorreu no dia 21 de maio e a empresa protocolou o pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá, em Mato Grosso, sede do Grupo), no dia 24 de maio. O grupo possui oito unidades de abates em cinco estados (MT, MS, RO, SP, GO). Em Mato Grosso são três plantas, localizadas em Nova Canaã do Norte, Matupá e Sinop (as duas últimas já voltaram a abater), e uma planta em construção em Tabaporã.






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