Estudante de dez anos ficou tetraplégico após ser atingido por bala perdida disparada em um tiroteio perto de sua casa
Juiz manda o SUS bancar tratamento para Mateus
O juiz da Vara da Infância e Juventude de Várzea Grande, Jones Gattas Dias, concedeu liminar determinado que o estudante Matheus de Assis Fonseca, de 10 anos, seja atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com serviço de “home care”, ou seja, tratamento médico domiciliar.
O estudante foi atingido por um pescoço quando brincava na rua onde mora, no Jardim Paulicéia (região do Coxipó), durante a perseguição entre bandidos.
A decisão do juiz foi assinada no final da tarde de anteontem, atendendo um pedido do promotor Marcelo Mavezzi, da Promotoria da Infância e Juventude.
A partir do momento em que deixar o Hospital Geral Universitário (HGU), para onde deu entrada ontem transferido do Pronto Socorro de Várzea Grande, Matheus terá de dispor acompanhamento multidisciplinar.
O atendimento domiciliar deverá ter médico, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudióloga, nutricionista e outros serviços. Mateus está tetraplégico e em tratamento hospitalar há cerca de três meses.
Até o final da tarde de ontem, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), ainda não havia sido notificada da decisão. Há uma semana, o promotor Marcelo Malvezzi fez esse mesmo pedido de “home care” extra-judicialmente, mas como não obteve resposta decidiu ingressar com ação na justiça.
Ontem pela manhã, desconhecendo a concessão da liminar, a assessoria de imprensa do SES informou que o órgão havia respondido ao pedido do promotor. A resposta foi de que os cuidados médicos que o paciente Mateus requer no momento já estão sendo oferecidos dentro do SUS.
O pai de Mateus, Eliezio Fonseca, se diz mais aliviado com a decisão do juiz. Ele acha que a transferência de Matheus para sua residência, com a infra-estrutura do atendimento médico domiciliar e próximo da família, em especial dos irmãos com os quais brincava no momento da tragédia, poderá ajudar na recuperação do filho.
Além disso, como está desempregado e sem trabalhar desde que o filho foi baleado, Eliezio, que era padeiro diarista, acredita que com o filho em casa poderá voltar a trabalhar. Atualmente a família dele se mantém com a ajuda de órgãos de assistência social e contribuições voluntárias.
O CASO – O tiroteio que vitimou o menino aconteceu no dia 25 de abril e envolveu três bandidos: Rodrigo Seabra, Alex Norberto de Freitas e Ricardo Almeida Carvalho, todos presos pela polícia. Os três corriam armados pela rua onde Mateus mora com os pais e outros quatro irmãos.
Comentários