Advogado punido no caso Cooperlucas desafia Julier
O advogado Pedro Pereira de Souza, ex-diretor da Cooperativa Agrícola de Lucas do Rio Verde (Cooperlucas), desafiou o juiz federal da 1ª Vara, Julier Sebastião da Silva, a provar seu envolvimento com Paulo Bezerra, irmão do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB). O advogado foi condenado por estelionato em sentença proferida pelo magistrado, no caso Cooperlucas.
“Essa decisão veio em momento político, por isso desafio o doutor Julier a provar que fui sócio do Paulo Bezerra”, a declaração foi feita pelo advogado durante coletiva à imprensa sem seu escritório na manhã desta quarta-feira (14).
Pedro alega que ao proferir a sentença Julier se embasou no fato do advogado ter sido filiado ao PMDB, afirmando inclusive que Pereira seria sócio de Paulo Bezerra na empresa Bisness Consultoria, que prestava serviços para a Cooperlucas. “Quando tentaram ligar essa ação eu sai do PMDB e fui para o PV”, explicou.
Como tentativa de reverter a decisão Pereira disse que sua defesa irá utilizar de todos os recursos jurídicos cabíveis, inclusive ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). "Vou recorrer ao CNMP contra essa decisão teratiológica do Julier".
As primeiras condenações do caso Cooperlucas variaram entre quatro anos e três meses de reclusão a 19 anos e oito meses de reclusão e multa, além do decreto de perdimento de bens no valor de R$ 230.000.000,00 (duzentos e trinta milhões de reais). Dentre os réus no processo figuram um ex-superintendente e um ex-gerente regional do Banco do Brasil, dois advogados, empresários e ex-diretores da Cooperativa.
Em 2009, MPF se manifestou pela condenação dos réus. Além de Pedro Pereira foram denunciados na ação Ilvo Vendrusculo, José Nakiri, Antônio Fagundes de Oliveira, Joci Piccini, Milton Luciano dos Santos, Paulo Roberto Gomes Bezerra e Carlinho José Ceratti.
O caso Cooperlucas teve origem em fraudes na armazenagem de grãos da cooperativa e em operações de financiamentos agrícolas pelo Banco do Brasil, os chamados EGFs (Empréstimos do Governo Federal).
O escândalo estourou em 1999 e, de acordo com as investigações da Polícia Federal, o rombo desestabilizou a economia daquela microrregião, através de operações fraudulentas de financiamento agrícola para custeio agrícola, Aquisições do Governo Federal (AGFs), Empréstimos do Governo Federal, além do desvio de grãos que deveriam ser entregues à União para amortização da dívida contraída junto ao Banco do Brasil.
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