Região Sul supera Sudeste com menor número de pobres, diz Ipea
De 1995 a 2008, a pobreza caiu proporcionalmente mais na região Sul, que, apesar de registrar o menor crescimento médio per capita do PIB nesse período, passou a ocupar o lugar do Sudeste como a região brasileira com o mais baixo percentual de pobres. As conclusões são de estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada), realizado a partir de dados do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE.
No Sul, o total de pobres (renda até meio salário mínimo per capita) correspondia a 34% da população em 1995. O percentual caiu para 18% em 2008. Já no Sudeste, passou de 29,9% para 19,5%.
Curiosamente, a região Sul foi a com menor crescimento médio do PIB per capita de 1995 a 2008: 2,3%, abaixo dos 3,1% da média nacional. "O crescimento econômico é necessário, embora não seja suficiente", disse Marcio Pochmann, presidente do Ipea.
Segundo ele, o Sul tem uma estrutura industrial forte, que irradia seu crescimento para o setor de serviços --o que não ocorre, por exemplo, com o Centro-Oeste, onde ocorreu a maior expansão per capita do PIB (5,3%).
No Centro-Oeste, a pobreza baixou de 42,4% para 37%. Lá, diz, o efeito do agronegócio, que assegura o crescimento, não se espalha com tanta força para outros setores. Na média do país, a proporção de pobres era de 28,8% em 2008, abaixo dos 43,4% de 1995.
Segundo o Ipea, os Estados com as menores taxas de pobreza eram Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. As mais altas foram registradas Piauí, Maranhão e Alagoas.
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