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Policia MT
Domingo - 11 de Julho de 2010 às 08:57
Por: Raquel Ferreira

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Lilith espera um táxi em frente a um motel, quando foi rendida pelo criminoso que tinha apoio de outro homem
Lilith espera um táxi em frente a um motel, quando foi rendida pelo criminoso que tinha apoio de outro homem

A presidente da Associação dos Travestis, Lilith Prado, foi espancada durante um assalto na região conhecida como Zero Quilômetro, em Várzea Grande. Um homem branco, alto e com uma tatuagem no braço direito foi o autor dos crimes de lesão corporal, roubo e homofobia. Ela afirma que esta é a oitava ocorrência semelhante contra travestis em poucos dias. Lilith registrou boletim de ocorrência no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Parque do Lago denunciando as agressões. As outras vítimas não registraram BO por medo.

Com o rosto bastante inchado, principalmente na região dos olhos e boca, e com os 2 joelhos ralados, Lilith relatou que estava sentada em frente a um motel, por volta das 5h de ontem, aguardando um táxi. Ela já havia encerrado a noite de trabalho quando o agressor chegou sem camisa e perguntou quanto era o programa e a vítima respondeu que apenas aguardava a condução para ir embora. Neste momento, o rapaz chutou o rosto dela e tentou pegar a bolsa.

Embora tenha caído no chão, Lilith resistiu e continuou segurando a bolsa, o homem sacou um canivete e começou a desferir golpes, que não chegaram a atingir a mulher, mas rasgou a bolsa. "Quando vi ele furando a bolsa, soltei. Fiquei com medo dele me matar. Ele levou R$ 380 que eu tinha recebido durante a noite".

A presidente afirma que as outras travestis agredidas não ficaram tão machucadas porque soltaram a bolsa logo que o assalto foi anunciado. Os crimes têm ocorridos sempre por volta das 5h e o criminoso, conforme as outras vítimas, é o mesmo homem, que aparenta ser de classe média. "Um fica dirigindo e o outro desce do carro. Eles estavam em um saveiro prata, mas já apareceram lá de Astra também".

Em Cuiabá, foram registradas 9 mortes contra travestis em 7 anos. Geralmente, os crimes ocorrem com emprego grande de violência. Lilith é presidente da associação há 10 anos e organiza o trabalho das profissionais do sexo na Grande Cuiabá. No Zero Quilômetro e avenidas da FEB e Júlio Campos trabalham mais de 80 travestis. A associação orienta as travestis sobre saúde, direitos humanos, autoestima e prevenção contra violência.





Fonte: A Gazeta

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