Produtor Eraí Maggi, primo de Blairo Maggi, que já detém o título de rei da soja, agora dá os primeiros passos rumo à pecuária; faturamento do grupo Bom Futuro, comandado por ele, já chega a R$ 1 bi
Eraí Maggi quer ser agora Rei do Boi

O produtor Eraí Maggi Scheffer, primo do ex-governador e candidato ao Senado Blairo Maggi (PR), é destaque da revista Dinheiro Rural deste mês. Conforme a reportagem, depois de consolidar sua posição como maior produtor de soja do país, Eraí apresenta um dos maiores projetos de integração lavou-pecuária do Brasil. Seus olhos agora se voltam para um novo negócio que inclui a produção de peixes, sementes, algodão, biodiesel, construção de hidrelétricas. "Para fazer sucesso nessa empreitada, o novo pecuarista, que já possui um rebanho de respeitáveis 50 mil cabeças, aposta num modelo inovador para criar o boi de forma integrada com a soja", diz trecho da matéria.

Intitulada "O rei da soja quer ser o rei do boi", a reportagem estampa a capa da revista e mostra o faturamento do grupo Bom Futuro, comandado por Eraí, que explora 230 mil hectares, a maioria de soja, área equivalente a duas vezes a área da cidade de São Paulo.

Até duas safras atrás, o primo Blairo era considerado o "rei da soja", mas o crescimento vertiginoso do Bom Futuro, liderado por Eraí e pilotado por seus irmãos, Elusmar e Fernando, e pelo cunhado, José Maria Bortoli, atingiu níveis de produção superiores aos do Grupo AMaggi.

Eraí é hoje proprietário de 36 fazendas espalhadas pelo Estado e fatura cerca de R$ 1 bilhão. "Queremos diversificar e buscamos atividades que possibilitem tirar o máximo proveito da terra", explica Eraí. Segundo ele, em princípio houve dúvidas quanto à possibilidade de investir em gado. "Essa nunca foi minha área e via o setor com preocupação. Mes meu irmão Fernando começou a tocar o negócio e os resultados foram animadores", diz.

Fazendo toda a parte de recria e engorda, os abates já chegam a 40 mil por ano, o que lhe confere um faturamento anual na unidade de pecuária de R$ 50 milhões. Eraí espera dobrar seu rebanho num curto espaço de tempo. Sua meta é chegar a 100 mil cabeças. "Entre os novos negócios, a pecuária é sem dúvida nossa maior expectativa em termos de resultados".

O produtor e agora pecuarista já tentou, sem sucesso, se envolver na política. Ele já foi filiado ao PDT, mas hoje está sem partido. Em 2006, ele chegou a ensaiar candidatura ao Senado. Sem respaldo interno acabou recuando. Também havia cogitado a possibilidade de disputar uma vaga no Senado nas eleições deste ano, mas novamente descartou uam candidatura. Pouco antes das convenções partidárias, chegou a ser lembrado para assumir a primeira suplência do primo na disputa ao Senado, mas preferiu não encarar a "briga". Preferiu se manter com pés fixados em meio a soja. Com produtividade de 54 sacas por hectare, maior que a média do Estado, ele fechará o ano agrícola 2009/10 com produção de 11 milhões de sacas, ou 662,5 mil toneladas, grãos suficientes para encher 17 mil carretas duplas.

Eis, abaixo, o faturamento do grupo Bom Futuro:

Soja (720 mil toneladas) - R$ 300 milhões
Algodão (110 mil toneladas) - R$ 280 milhões
Milho (60 mil toneladas) - R$ 200 milhões
Sementes (1,2 milhão de sacas) - R$ 150 milhões
Pecuária (50 mil cabeças) - R$ 50 milhões
Piscicultura (4 mil toneladas) - R$ 15 milhões