Travesti tem candidatura a deputado estadual barrada pelo PT-PR
O diretório do PT do Paraná cancelou a candidatura a deputada estadual da travesti Andrielly Vogue, 34, dois dias depois de sua pré-candidatura ter sido homologada no encontro estadual do partido, em Curitiba, no dia 29 de junho.
Andrielly disse que nem foi informada de que não seria mais candidata e só descobriu o fato depois que não encontrou seu nome na lista de candidatos. Ela diz que foi discriminada pelo partido por ser travesti.
Militante do PT desde 2007, ela tentou uma vaga na Câmara Municipal de Curitiba nas eleições de 2008, na cota do partido destinada às mulheres, mas não se elegeu. Teve 343 votos.
Segundo Andrielly, no encontro estadual foram apresentados 43 candidatos a deputado estadual e ela estava na relação. Mas na convenção do partido, a Executiva Estadual decidiu entrar na coligação "União pelo Paraná" (PMDB, PDT, PT, PR e PC do B), para a eleição proporcional (deputados estadual e federal) e o número de candidatos a Assembleia paranaense foi reduzido para 25. Andrielly ficou de fora.
A assessoria de imprensa do PT paranaense diz que no encontro foram homologadas as pré-candidaturas e, em convenção, foram escolhidos os 25 candidatos a deputado estadual e 12 candidatos a deputado federal. O critério para a escolha dos nomes foi a regionalidade e o potencial de votos. O partido nega que houve discriminação.
"Não consegui me eleger [em 2008], mas tive três vezes mais votos que uma candidata que este ano está disputando uma vaga na Assembleia Legislativa", disse Andrielly.
Ela entrou com um pedido administrativo no Diretório Estadual do PT-PR para tentar rever o direito de ser candidata.
A assessoria do PT-PR disse que o pré-candidato que se sentir prejudicado na escolha tem todo o direito de questionar.
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