Números provam que não há boi preso no pasto
“Aqui está a resposta àqueles que acusam o pecuarista de segurar o boi no pasto para forçar a alta da arroba. O pecuarista não está com boi pronto para abate no pasto. Os bezerros que não nasceram em 2006 e 2007 estão fazendo falta e mesmo confinando e até abatendo mais cedo os animais, não teremos boi gordo suficiente para atender à demanda crescente”, afirma o superintendente da Acrimat.
“E a demanda vem crescendo”. Segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), nos cinco primeiros meses de 2010, comparados com o mesmo período de 2009, houve um aumento de 13% no abate total em Mato Grosso e de 20% no abate apenas de machos. “Com base nisso estimamos que este ano o abate total cresça 10% com relação a 2009 e nos próximos anos, consideramos um aumento de 5% nos abates. A demanda é crescente”, disse o analista de bovinocultura do Imea, Daniel Latorraca Ferreira.
Tomando como base os dados de vacinação contra a febre aftosa do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea/MT), dos últimos cinco anos, a Acrimat e o Imea fizeram uma análise da evolução do rebanho bovino por idade, onde pôde ser constatada a queda de nascimento de bezerros e de oferta de boi gordo. Em 2005 eram 3,1 milhões de cabeças de animais de zero a 12 meses, em 2006 caiu para 2,8 milhões e em 2007, o número permaneceu em 2,8 milhões.
POSTURA - Diante desse quadro, o pecuarista tem agora uma ferramenta para fazer a gestão de seu rebanho e planejar o melhor momento para comercializar seu gado. “A orientação é que o produtor continue vendendo pequenos lotes, pois a oferta de boi gordo vai continuar restrita nos próximos anos. Ele tem o comando do seu negocio e não precisa trabalhar com a pressão do mercado, principalmente dos frigoríficos, e nem fazer previsões de mercado baseado em palpites”, comentou Campiolo.
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