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Economia
Quinta - 08 de Julho de 2010 às 07:04
Por: Marcondes Maciel

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A Votorantim, responsável pelo suprimento de 80% do mercado regional de cimento, anunciou ontem que já está trazendo o insumo de Minas Gerais para atender Mato Grosso. No Estado, o produto está escasso há mais de um mês. Grande parte das lojas raciona a venda, enquanto outras simplesmente não têm o produto em estoque. Por conta da escassez, os preços dispararam de R$ 18,90, na segunda quinzena de maio, para R$ 27,50, preço praticado ontem em várias lojas, alta de 45,5%.

“Procurei cimento ontem e não encontrei nas cinco lojas que visitei. Eles [os vendedores] disseram que somente hoje pela manhã o produto chegaria”, disse um pedreiro que está com uma pequena obra de ampliação residencial no bairro CPA. “Desde a semana passada percebo que as lojas estão com dificuldades de entrega e agora está faltando até pequenas quantidades”.

Em reunião com empresários do setor de materiais de construção, representantes da Votorantim garantiram que o abastecimento estará normalizado nos próximos dias. “A empresa anunciou que a partir de hoje estará trazendo 20 mil sacas de cimento por dia de Minas Gerais para atender à demanda mato-grossense, que aumentou 16% só este ano”, disse o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac), Antônio Guerino Zonpero.

Além do aumento das obras, a saída de algumas marcas do mercado, como Cauê e Ciplan, e a redução da produção do cimento Goiás, geraram escassez do produto no mercado local. Com isso, a Votorantim, detentora da marca Itaú, teve dificuldades para suprir à grande demanda. No final de maio, para complicar a situação, a empresa passou por manutenção em suas máquinas, ocasionando a redução da produção e a elevação dos preços no varejo.

Zonpero acredita que com o compromisso da Itaú em buscar cimento em outras regiões, o abastecimento estará normalizado nos próximos dias. “Já poderemos sentir uma melhora ainda esta semana na próxima segunda-feira com certeza o produto não estará mais em falta no mercado. Os preços também vão despencar para patamares entre R$ 21 e 22 a saca”.

Segundo Luiz Carlos Richter, ex-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção (Sinduscon) e dono de uma construtora local, o setor chegou a comprar cimento diretamente de outras regiões. “A manutenção na Votorantim, entretanto, já foi feita e também acredito que a situação retornará à normalidade em poucos dias”.

TELHAS E TIJOLOS – O presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Mato Grosso, José Lavaqui Sobrinho, garantiu ontem que não está faltando telhas e tijolos para as obras de construção civil na Grande Cuiabá. “A demanda aumentou em torno de 15% após a criação do programa Minha Casa, Minha Vida, mas a produção das indústrias também cresceu neste patamar. O mercado está abastecido”.

Lavaqui explicou que o aquecimento na construção em todo o país obrigou as indústrias a aumentar sua produção. “Não existem grandes estoques, como antigamente, mas há produto em quantidade suficiente para atender à demanda”, assegurou.

Em Cuiabá e Várzea Grande, são 24 cerâmicas, com a produção girando em torno de 4 milhões de peças, entre telhas e tijolos. “Temos capacidade para dobrar essa produção, se o mercado assim exigir”.

Ele explicou que Mato Grosso sempre consumiu telha de outros estados, como a Monte Carmelo, de Minas Gerais. “Produzimos em torno de 1 milhão de peças e compramos 1,5 milhão de outras regiões”, informou.

VAREJO – O presidente da Acomac, Antônio Guerino Zonpero, disse que o mercado está abastecido de telhas e tijolos. “Não constatamos falta do produto, apesar do aumento da demanda”.

Wenceslau Júnior, dono de uma loja de materiais de construção em Cuiabá, também garante que o abastecimento está normal.






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