No comparativo das duas declarações de bens, de 2006 e 2010, é possível verificar que teoricamente, a deputada empobreceu R$ 291 mil
Chica declara perda de 88% dos seus bens
A deputada estadual Chica Nunes (DEM), que é investigada por um rombo de R$ 6 milhões, ficou R$ 291.956 mais pobre entre a eleição de 2006 e a de 2010. Isso quer dizer que, no período, ela perdeu 88,1% de seu patrimônio. Na eleição passada, a parlamentar declarou ter R$ 331.356,72 em bens. Agora, seu patrimônio informado à Justiça Eleitoral é de R$ 39.400.
Ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, ela é acusada de ter causado rombo nos cofres públicos da Casa de Leis, na gestão de 2005/2006, de aproximadamente R$ 6,4 milhões. Em setembro do ano passado, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público Estadual contra ela.
No comparativo das duas declarações de bens, de 2006 e 2010, é possível verificar que teoricamente, a deputada empobreceu em relação a vários itens – especificados no documento anterior e que não constam no atual, entregue primeiramente para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Há dois anos, ela tinha além dos valores declarados agora, poupança de R$ 51.330, dinheiro em conta corrente correspondente a R$ 650, dinheiro em caixa equivalente a R$ 100 mil, o valor de R$ 1.236,00 na Caixa Econômica Federal, e ainda o valor de R$ 138.740,28 referentes a um apartamento situado no bairro Goiabeiras, em Cuiabá.
No documento patrimonial da parlamentar, referente às eleições de 2010, Chica Nunes manteve apenas quatro itens – que estavam na declaração de 2006. A lista de bens dela é composta de uma casa, com valor de R$ 8.600, uma área de 10 hectares no Distrito da Guia com valor estimado em R$ 6.800, um terreno avaliado em R$ 18.000 e um automóvel Fiat Uno Mille, ano 1995, com valor de R$ 6.000.
Chica, que presidiu o Legislativo da Capital durante o biênio 2005/2006, foi indiciada pela Delegacia Fazendária, junto com outras sete pessoas e responde na Justiça estadual por esquema de corrupção. Sob a gestão dela foram detectadas fraudes em notas fiscais da Câmara Municipal, que teriam gerado desvio milionário.
Conforme relatório disponibilizado no período, o esquema previa que em qualquer processo licitatório na Câmara Municipal, nos anos de 2005 e 2006, caberia a Chica se reunir com seu marido, Marcelo Ribeiro, e com irmãos dela, secretários na Casa de Leis, além de empresários, “para decidir o funcionamento da simulação da licitação”.
Consta ainda nas investigações a cargo da Delegacia Fazendária à época, que os “acertos finais” feitos entre Marcelo e irmãos da parlamentar determinariam a fase final para a concretização das fraudes nos certames. Para garantir o esquema, teriam sido criadas empresas também dentro de sistema de fraudes. No período, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) também havia apontado irregularidades durante a gestão da parlamentar.
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