Nesta quarta-feira (7), Samudio esteve internado no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, após passar mal ao acompanhar as últimas informações sobre o caso do desaparecimento de sua filha. Ele recebeu atendimento médico e permanece sob efeito de calmantes, segundo o advogado dele, Sérgio Barros da Silva.
De acordo com o cartório da 1ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, o crime de estupro foi cometido em 6 de dezembro de 2003. O Ministério Público do Paraná ofereceu denúncia contra Luiz Carlos, em 2004, após a conclusão do inquérito policial. O caso segue em segredo de Justiça pelo fato de a vítima ser menor de idade, segundo Barros Silva.
No registro de acórdão, de 29 de abril deste ano, o segundo recurso foi analisado e julgado improcedente pelo desembargador Lauro Augusto Fabrício de Melo, relator do processo. No texto, Melo assegura que “a materialidade delituosa está cabalmente comprovada pelo boletim de ocorrência”. O desembargador citou, ainda, o laudo de exame de conjunção carnal, que foi confirmado, “e que a autoria é certa, recaindo sobre o réu, que é pai da vítima.”
Ainda segundo o relato de Melo, nos casos de crimes sexuais, a palavra da vítima, quando em harmonia com os demais elementos de investigação, é prova contundente da existência do crime.
Segredo de Justiça
No processo, Luiz Carlos explica que a vítima é sua filha com a irmã de sua mulher, à época do estupro. Ele disse que se separou da mulher em 1995 e que a relação extraconjugal, que originou a menina (filha-sobrinha), foi descoberta pela ex-mulher no ano seguinte.
O depoimento da menina foi acompanhado de psicólogos. Ela ainda relatou que o abuso sexual era cometido depois que seu pai fornecia bebida alcoólica, misturada com suco ou refrigerante, para ela e para seu meio irmão (ou primo).
O advogado de Luiz Carlos confirma o processo, mas disse que não poderia comentar nada sobre o caso por estar em segredo de Justiça. Ele disse que vai recorrer da decisão condenatória e que o caso ainda não está concluído. “Não podemos dizer que ele [Luiz Carlos] é culpado. O processo não transitou em julgado e por isso ele é inocente”, disse Barros.
Investigação
Eliza Samudio está desaparecida desde o início de junho. Ela teve um relacionamento com o goleiro Bruno, do Flamengo, no ano passado e tentava provar, na Justiça, que teve um filho dele.
De acordo com a polícia, um menor que prestou depoimento na terça-feira (6), disse que a jovem foi sequestrada no Rio de Janeiro, levada para Belo Horizonte e está morta. Para a polícia, Bruno é suspeito de envolvimento no sumiço da jovem. A prisão temporária dele foi decretada nesta quarta-feira (7). Ele se entregou à polícia, no Rio.
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