Irã admite que sanções podem desacelerar programa nuclear
O Irã foi submetido a uma nova rodada de sanções imposta pelos Estados Unidos, União Europeia e o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), por enriquecer urânio contra resoluções anteriores do órgão. Teerã nega as acusações do Ocidente de que tenha fins militares em seu programa nuclear e manteve, até então, discurso de que as sanções não teriam efeito em seu programa nuclear.
"Não podemos dizer que as sanções não têm efeito", disse o chefe da agência de energia atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, segundo a agência de notícias Isna. "Talvez eles irão desacelerar o trabalho, mas não vão interrompê-lo, isso é certo", continuou, mais de acordo com o tom habitual de Teerã.
Salehi afirmou que os problemas estariam em fazer o enriquecimento e para alguns dos equipamentos utilizados, como os de medição. Para contornar isso, contudo, o Irã poderia produzir seu próprio equipamento.
O chefe da Organização de Energia Atômica da República Islâmica anunciou ainda que a usina de energia nuclear de Bushehr, no Irã, começará as operações em meados deste ano e suas atividades não serão afetadas pelas sanções.
"Alcançamos o ponto sem volta e o caminho está aberto para que o reator comece a funcionar", disse Salehi, segundo a agência de notícias oficial Irna.
Ele acrescentou que testes foram realizados na planta e que foram os últimos antes do início das operações.
A Rússia concordou em construir o reator de 1.000 megawatts em Bushehr há 15 anos, mas os atrasos têm perseguido o projeto de US$ 1 bilhão e diplomatas afirmam que Moscou o usou como ferramenta em suas relações com o Irã.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse repetidas vezes que as sanções não teriam impacto sobre a economia do Irã e que não interromperia a produção de urânio enriquecido a 20%, utilizado para geração de energia.
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