Moçambicano radicado na África do Sul já comemora os resultados do Mundial
Copa do Mundo: quem ganha é a população
Copa do Mundo de Futebol gera inúmeros benefícios para um país, mas o principal legado deste grande evento fica realmente para a população local. Esta é a opinião do taxista Luiz Fernando Lissetiane, moçambicano que reside na África do Sul há 26 anos.
“O que o mundial deixará para nós é a infraestrutura; estradas, melhores transportes, novas rodoviárias e o metrô. Havia regiões que nem tinham energia elétrica e que agora contam com esse benefício. Até os congestionamentos diminuíram porque as pistas estão mais largas. Podemos acordar mais tarde”, comemora.
Para o taxista, as melhorias não vão parar por aí: “Muitos turistas que estão aqui vão voltar. Escuto muito isso. Eles tinham uma visão muito ruim da África, que era um lugar muito perigoso. Mas não é assim. Eles viram e querem voltar”.
Segundo Luiz Fernando, a sua renda aumentou em mais de quatro vezes durante os jogos. E ele até brinca: “Trabalhei tanto que vou tirar férias. Quem sabe não vou para o Brasil?”. Os lugares que ele mais quer conhecer são a região amazônica e o Rio de Janeiro.
CAPACITAÇÃO
Luiz Fernando conta que a maior dificuldade está sendo a comunicação. Ele fala inglês, idioma oficial da África do Sul, e se arrisca um pouco no espanhol. “Quem trabalha com os turistas precisa dizer pelo menos um bom dia e saber perguntar o que eles querem”, acrescenta. Três meses antes do mundial, o governo sul-africano ofereceu cursos intensivos de atendimento aos visitantes.
A forma utilizada foi a formação de multiplicadores. Representantes de vários setores participaram e, em seguida, repassaram tudo o que aprenderam para os seus colegas de trabalho, como aconteceu no caso de Lissetiane.
Uma recomendação dele aos trabalhadores brasileiros envolvidos com o turismo é aprender ao menos dois idiomas e terem paciência com os visitantes. Segundo o taxista a divulgação do serviço também é muito importante: “Para nós, começar a divulgação cedo foi essencial. A internet foi um ótimo meio, a maiorias das pessoas que vieram consultaram tudo antes pelas páginas online”.
O Ministério do Turismo do Brasil (MTur) tem um programa específico para a capacitação dos profissionais do setor que estarão na linha de frente no atendimento: o Bem Receber Copa. Até 2014, cerca de 306 mil trabalhadores serão capacitados. Um dos projetos do Bem Receber é o Olá, Turista!, iniciativa que vai ensinar inglês e espanhol para 80 mil pessoas.
Para saber mais, acesse http://www.bemrecebercopa.com.br.
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