Aecim defende que eleitor vote em político sem "mácula"

Aos 87 anos, o professor Aecim Tocantins, figura histórica da política mato-grossense, defende que, independente da Lei Ficha Limpa, sancionada neste ano pelo presidente Lula, os eleitores dêem o voto na eleição de 3 de outubro àquele que não tenha nenhum tipo de “mácula” na conduta, agindo de acordo com a consciência. Mesmo não sendo obrigado a votar, Aecim diz não abandonar o direito cívico de escolher o candidato de sua preferência.

Cauteloso, ele preferiu não adiantar em quem pretende votar, já que o “voto é secreto”. No entanto, sugeriu aos três candidatos ao governo do Estado que, já durante a campanha, elaborem propostas consistentes nas áreas da saúde e educação. Segundo Aecim, ambos os setores são “sacrificados” em benefício da infra-estrutura, o que tem sido incorreto, avaliando ainda que educação e saúde são os pilares da segurança.

Para o ex-militante da extinta União Democrática Nacional (UDN), é preciso haver renovação urgente do quadro de candidatos com o ingresso de jovens na política. “A participação dos jovens é princípio para a democracia”.

Com vasta experiência, Aecim Tocantins avalia ainda que a corrupção na política tem diminuído graças à fiscalização do Ministério Público Estadual e da imprensa. Perguntado sobre os escândalos de superfaturamento recentes que vieram à tona, ele diz considerar positivo, pois é importante que os casos sejam esclarecidos.

Copa 2014

Restando três anos para a conclusão das obras da Copa de 2014 em Cuiabá, o professor afirma que, na sua avaliação, o tempo é extremamente “curto” e diz ter dúvidas de que o poder público conseguirá aplicar todo o montante orçado em cerca de R$ 4 bilhões. “Existe a carência do tempo e as implicações legais”. Pondera, porém, que cabe à ele e aos demais mato-grossenses torcer para que os órgãos responsáveis saibam gerir dos recursos.

Trajetória

Aecim Tocantins acompanhou várias gerações de cuiabanos, testemunha da transformação, da explosão demográfica da capital, Além de prefeito, vice-prefeito e vereador por Cuiabá, ele também ocupou cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).