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Economia
Segunda - 05 de Julho de 2010 às 08:32
Por: Cleide Silva

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Carros elétricos, híbridos e modelos futuristas já têm presença garantida no Salão do Automóvel de São Paulo, seguindo a tendência dos principais salões do setor, como os de Detroit (EUA), Paris (França) e Frankfurt (Alemanha). O evento brasileiro, que está entre os seis maiores do mundo, será realizado em outubro e terá mais de 450 automóveis em exposição, cerca de 40% deles lançamentos, de acordo com os organizadores.

 

No ano em que a indústria automobilística projeta vendas e produção recorde e a ascensão do Brasil ao posto de quarto maior mercado mundial, a 26.ª edição do Salão do Automóvel também terá número recorde de expositores em seus 50 anos de existência. Serão 42 fabricantes nacionais e importadores, sem contar os estandes de empresas de acessórios e serviços.

Oito marcas de importados participam da mostra pela primeira vez, entre as quais cinco chinesas: Chery, Hafei, JAC, Jinbei e Lifan, que vão se somar à Chana e à Effa, o que dará um total de sete expositoras chinesas. Esse número só fica atrás das 13 fabricantes instaladas no Brasil, que estarão presentes com modelos nacionais e também importados.

Para abrigar todas essas marcas, a empresa organizadora do salão, a Reed Exhibitions Alcantara Machado, precisou realizar remanejamentos no pavilhão do Anhembi - que não cresceu em área -, como eliminar mezaninos antes usados pelas expositoras para eventos e mudar o local da praça de alimentação, além de reduzir a participação de fabricantes de peças e acessórios.

"Ganhamos cerca de 7 mil a 8 mil m²", diz Juan Pablo De Vera, presidente da Reed que, no início das negociações dos espaços, enfrentou pressão de marcas que não queriam ficar de fora. A área total do pavilhão é de 85 mil m². Cada metro custa R$ 610. Os maiores estandes têm 2,7 mil m².

Para o especialista em estratégias empresariais e professor da Universidade Mackenzie, Marcos Morita, o retorno para a empresa na participação de eventos desse porte "é intangível" e certamente benéfico à imagem da marca, que tem contato mais direto com consumidores, fornecedores e concessionários.

"Ficar de fora de um salão como este pode até prejudicar a marca e gerar mal-estar", avalia Morita. Em 2008, por estratégia da direção local, a Audi, pela primeira vez, não participou do salão. Tempos depois, o presidente da empresa foi substituído. Nos bastidores do setor, comentou-se que a ausência teria sido um dos motivos da troca de comando. Este ano a marca foi uma das primeiras a reservar espaço.

O salão de 2008 tinha 36 expositores de carros, segundo a Reed, com pouco mais de 400 modelos. O número de visitantes esperados, de aproximadamente 600 mil pessoas, é o mesmo dos últimos anos, pois o espaço "não tem capacidade para abrigar mais", lamenta De Vera. A diferença é que, este ano, o evento terá um dia a mais que os anteriores - estará aberto ao público de 27 de outubro a 7 de novembro.

Três meses antes do salão, a Reed inicia uma série de ações para divulgar o evento. Os shopping centers do grupo Iguatemi, a rede de restaurantes Fogo de Chão e a de restaurantes de beira de estrada Graal exibirão, ao longo desse período, diversos automóveis camuflados, ao estilo do que as montadoras fazem quando precisam testar novos modelos nas ruas sem revelar detalhes.

"A ideia é chamar atenção para algo inédito, que desperte interesse", diz De Vera. Ações serão realizadas em São Paulo e outras sete capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio e Salvador.

Cinquentenário. Segundo De Vera, quando começou, em 1960, a exposição mostrava carros, barcos, motocicletas, caminhões e autopeças. Nos últimos anos, diante da grande demanda, esses quatro últimos segmentos criaram eventos próprios e o Salão do Automóvel pode dedicar-se inteiramente à sua vocação, que é a de mostrar as novidades e os avanços da indústria automobilística em tecnologia e design dos automóveis.

Para o presidente da Reed, "o salão é uma oportunidade para ver produtos inéditos e também conhecer os produtos mais recentes lançados pelas montadoras". O mercado brasileiro ganhou destaque internacionalmente. As matrizes das empresas instaladas no País apoiam o evento e enviam produtos recém-lançados lá fora para a mostra, assim como os chamados carros-conceito, que mostram as tendências do setor.

Além das brasileiras (incluindo, claro, as multinacionais instaladas no País) e chinesas, outras nacionalidades que estarão com automóveis expostos no salão são alemã (cinco marcas), italiana (quatro), inglesa e coreana (três cada), sueca e japonesa (duas) e americana, sueca e espanhola (uma).

1960
Primeiro salão
No Pavilhão do Ibirapuera,
em São Paulo, evento reuniu as 12 montadoras da época. Entre os modelos expostos estavam o Aero-Willys e o DKW
1964
1 milhão de carros
Salão celebra a marca de
1 milhão de carros produzidos no País. Uma das novidades apresentadas no evento foi o Toyota Bandeirante

1968
Chegam os médios
Lançamento dos primeiros carros de médio porte feitos no Brasil, entre os quais o Ford Corcel (foto)

1970
Novo endereço
Mostra começa a ser realizada no pavilhão de exposições do Anhembi e tem entre os lançamentos a Variant, da Volkswagen

1976
Crise do petróleo
Fabricantes exibem os primeiros motores adaptados para uso do álcool. A Fiat faz sua estreia no salão, com o 147

1986
Só importados
Indústria nacional não participa da mostra, que teve 59 modelos importados apenas para exposição, como a Ferrari 328

1990
Salão da abertura Com a liberação das importações, salão apresenta os primeiros modelos importados para venda, como o Alfa Romeo 164

1994
A vez dos populares Todas as montadoras lançam automóveis com motor 1.0, como o Gol Plus, da Volkswagen

2000
Conceitos no Brasil Montadoras apresentam, pela primeira vez, veículos
conceito (que mostram tendências futuras), trazidos das matrizes

2006
Chegam os chineses
A marca chinesa Chana marca presença no salão. A Fiat apresenta o primeiro carro conceito desenvolvido no País, o FCC

2008
Salão verde
Seguindo tendência mundial, exposição teve diversos veículos com tecnologias menos poluentes, como carros elétricos (GM Volt) e híbridos 






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