O senador Alvaro Dias (PSDB/PR) afirmou, nesta segunda-feira, em entrevista ao programa "É Notícia" da Rede TV, que "não há razão para comemorar" o crescimento econômico atribuído ao governo Lula. Segundo o parlamentar, o Brasil "cresceu pouco" e desperdiçou oportunidades na atual administração. Dias afirmou que o crescimento e a estabilidade econômica se devem principalmente aos governos anteriores de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso que, com o Plano Real, plantaram as bases do que acontece hoje e não têm o reconhecimento por isso. Segundo ele o governo Lula "desdenha o passado recente, mas colhe os frutos" e deve o "momento razoável na economia do País" aos antecessores. Mas, para o senador, ainda há muito para ser feito. "Não podemos nos conformar" , disse.
Sobre a indicação de seu nome para a vice-presidência na candidatura de José Serra e a posterior escolha de Indio da Costa (DEM/RJ), Dias afirmou que foi uma honra ter sido cogitado e não guarda ressentimento. "Não postulei a função, mas estava entusiasmado". O parlamentar paranaense deixou de ser a opção do PSDB quando seu irmão, o senador Osmar Dias (PDT), anunciou candidatura ao governo do Paraná pela coligação PT-PMDB, o que teria inviabilizado a sustentação de seu nome a vice de Serra. Segundo Dias, a vice-presidência da coligação "é um lugar que sempre foi ocupado pelo DEM" e a indicação do nome de Indio foi legítima. Sobre Indio da Costa, Dias afirmou: "É responsabilidade do DEM. É uma figura simpática. Não conheço suas qualidades, mas deve as ter, porque o DEM o indicou. Temos que avalizar".
Sobre o favoritismo de Dilma nas pesquisas, o senador afirmou que é muito cedo para saber. "Tudo está para ser feito em termos de campanha eleitoral. A campanha ainda não começou. O que há de intenção de voto ainda não se definiu", afirmou.
O senador defendeu o uso de maior agressividade da oposição no combate político ao governo Lula. Segundo ele, os partidos de oposição perderam a chance de mobilizar entidades para viabilizar o processo de impeachment do presidente à época do mensalão. "Razões objetivas existiram", disse. Dias afirmou que o mensalão foi arquitetado dentro do gabinete da presidência.
Questionado sobre o alto índice de aprovação do governo Lula e a baixa popularidade dos governos anteriores, de FHC e Itamar Franco, Dias afirmou que houve uma desconstrução de imagem desde o começo da administração atual. E afirmou, ainda, que Lula tem méritos. "É um comunicador. Especialista em comunicação de massa". Mas, segundo Dias, a aprovação do governo Lula seria uma "ilusão passageira". Para ele, a gestão atual apenas preservou o que vinha dando certo desde FHC. "O bolsa-família foi somente a reunião de vários programas anteriores", disse.
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