Oportunidade para crescer e se projetar no mercado. É assim que muitas pequenas empresas enxergam a chance de fornecer para um cliente de grande porte.

Para entrar nesse clube, porém, é preciso se adequar a exigências cada vez mais rígidas em termos físicos, sociais, fiscais e ambientais.

Silvia Zamboni/Folhapress
Rodrigo Del Claro no escritório da Crivo
Rodrigo Del Claro no escritório da Crivo



Isso porque as grandes empresas são pressionadas por leis e pelo mercado a seguir uma série de normas que têm como objetivo reduzir os riscos para os investidores, os clientes e as demais partes interessadas. É a chamada governança corporativa.

Algumas dessas regras são estendidas pelas multinacionais para todos os membros de sua cadeia produtiva.

"Se um fornecedor tiver um problema fiscal, por exemplo, pode comprometer a reputação de seu cliente", explica Carlos Airton Pestana Rodrigues, diretor da consultoria Governance Solution e professor da BSP (Business School São Paulo).

Assim, gigantes como Petrobras, Bradesco, Vale e Grupo Algar, que trabalham com pequenas empresas em sua cadeia, ressaltam a importância de se cumprirem exigências.

As obrigações abrangem publicação de balanços de acordo com princípios contábeis internacionais, adoção de padrões de qualidade (como os da ISO) e de rotulagem e adequação para obtenção de certificados ambientais.

No McDonald"s, por exemplo, o pilar é a segurança alimentar, conforme afirma Celso Cruz, diretor da cadeia de suprimentos da multinacional. "Todos os fornecedores têm de se basear nisso."

Exemplo

Em 2004, a Crivo, que faz sistemas para análise de crédito, decidiu conquistar bancos como clientes.

Para isso, adotou padrões internacionais de publicação de relatórios financeiros e reorganizou os departamentos de vendas e marketing.

Também formou um conselho consultivo remunerado, composto por dois executivos com experiência. "Eles trazem a visão de fora", comenta Rodrigo Del Claro, 32, diretor de relacionamento.

Com as iniciativas, a empresa saiu dos R$ 300 mil de faturamento em 2004 para os R$ 20 milhões em 2009.