A fiscalização de cargas e bagagens de passageiros em portos, aeroportos e postos de fronteiras --as aduanas-- no país está ameaçada de parar nos próximos dias, segundo informa reportagem de Dimmi Amora na Folha deste sábado.

Um decreto do governo criou uma confusão sobre as atribuições de fiscalização entre duas categorias de funcionários da Receita Federal: auditores e analistas tributários. Os auditores têm funções exclusivas de fiscalização e são auxiliados por analistas nesse serviço.

O decreto diz que as atividades de fiscalização terão que ser "supervisionadas e executadas" por auditores. Os analistas, que são cerca de 7.000, estão interpretando que o texto tira deles qualquer função de fiscalização.

Todos os atos teriam que ser realizados por auditores, que são cerca de 12 mil. Mas nas aduanas a maioria dos funcionários é analista.

Em algumas, como em Foz do Iguaçu, a proporção é de 15 analistas para 1 auditor. Lá, são os analistas que examinam as malas de carros e ônibus em busca de material contrabandeado na Tríplice Fronteira.