Estudo da UNIFESP mostra que muitos homens que têm apneia do sono têm quase três vezes mais chance de ter queixa de uma vida sexual não favorável.
Homens com apneia têm mais chance de desenvolver disfunção erétil
“Eu acordei um dia e ele estava roncando muito. Aí, eu gravei. Quando você começa a gravar, a pessoa para de roncar”, conta a professora.
Lilian escreveu para o Globo Repórter, contou o drama que vive todas as noites, e nós a incentivamos. Emprestamos o equipamento para Lilian gravar o som que ela é obrigada a ouvir. José Luiz diz que, a partir desse dia, ele se conformou que ronca. “Mas nem sempre”, o professor faz a ressalva.
Mas tratamento que é bom, nem pensar. O jeito foi negociar. Lilian e José Luiz têm um acordo. Ele só vai para cama depois que ela já engrenou no sono. De uns tempos para cá, eles nem dormem mais juntinhos. É cada um pra um lado da cama.
Lilian precisa dormir oito horas por noite. Um pouco menos, e ela já sente. O raciocínio parece que fica mais lento. Para José Luiz, roncar nunca trouxe nenhum problema de saúde, mas os médicos da UNIFESP alertam que o ronco pode ser um sinal de que alguma coisa no corpo não vai bem. Pode ser um sinal de apneia, pausas na respiração durante o sono.
“Boa parte desses homens que têm apneia do sono vão ter maior risco cardiovascular e podem ter maior chance de diabetes. Eles também têm que se preocupar com a vida sexual. Porque este estudo mostra que muitos dos homens que têm apneia do sono têm quase três vezes mais chance de ter queixa de uma vida sexual não favorável”, a biomédica Monica Andersen, da UNIFESP.
Uma pesquisa inédita feita pelo Instituto do Sono, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ajuda a entender por que temos tantos problemas para dormir. Nosso sono não é prejudicado só pela correria do dia a dia e pela obesidade. “A gente encontrou um novo fator de risco. Quanto mais características européias o DNA de um indivíduo tiver, maior é a chance de esse indivíduo desenvolver a apneia”, aponta a geneticista Camila Guindaline, da UNIFESP.
A herança daqueles imigrantes europeus que desembarcaram no Brasil há muito tempo também ajuda a fazer de São Paulo a capital brasileira das noites mal dormidas.
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