Região em que a candidata à Presidência da República do PT, Dilma Rousseff, apresenta seu pior desempenho nas pesquisas de intenção de voto, o Sul receberá atenção especial da campanha governista. O Paraná, sexto maior colégio eleitoral do país, com 7,5 milhões de eleitores, é a principal aposta dos petistas e seus aliados.
Apesar de ainda não ter agenda confirmada na região para os próximos dias, a campanha da ex-ministra da Casa Civil prepara uma abordagem especificamente voltada aos eleitores do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
"Essa é uma região mais complexa porque tem uma classe média mais estruturada e não tem tantas demandas sociais e de infraestrutura", afirmou secretário nacional de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR).
Dos três Estados, a campanha de Dilma tem uma maior expectativa de crescer no Paraná, onde só nos últimos dias conseguiu impor uma derrota à oposição e construiu um palanque forte para a petista com o senador Osmar Dias (PDT) como candidato ao governo.
O parlamentar flertava com os tucanos porque seu irmão, o também senador Alvaro Dias (PSDB-PR), fora indicado para ocupar a vice de José Serra (PSDB) na corrida presidencial.
A escolha, entretanto, abriu uma crise entre o PSDB e o DEM, que exigia o direito de indicar o companheiro de chapa do candidato tucano. Osmar Dias acabou decidindo disputar o governo do Paraná, e o PSDB substituiu seu irmão pelo deputado Indio da Costa (DEM-RJ).
Agora, acredita um integrante da campanha petista, Dilma terá mais espaço para se movimentar no Estado.
Segundo Vargas, os debates e discursos de Dilma na região Sul devem ser focados nos temas mais sensíveis para a população local, como o sistema tributário nacional, a estabilidade da economia, medidas para a agricultura e segurança pública.
"A nossa estratégia é fazê-la mais conhecida e discutir projetos", acrescentou o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), mostrando que Dilma continuará evitando polêmicas com seus concorrentes.
No período de pré-campanha eleitoral, Dilma deu preferência a visitas a São Paulo e Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, viajou apenas a Chapecó, Gramando, Porto Alegre e Rio Grande. Em relação aos outros dois Estados da região, no entanto, apenas concedeu entrevistas a rádios de Joinville (SC) e Londrina (PR).
Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, Dilma obteve 38%, ante 39% de Serra. Marina Silva (PV) teve 10%.
A região Sul foi onde o candidato do PSDB mais cresceu. O tucano subiu para 50% frente aos 38% anteriores, contra uma perda de três pontos percentuais da petista, que agora conta com 32% dos votos na região.
Serra também lidera no Sudeste, enquanto Dilma está à frente no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste.
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