Silval revela dificuldade de intervir em paralisação do TJ

Procurado pelo presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador José Silvério, o governador Silval Barbosa (PMDB) revelou a dificuldade do Estado em solucionar a crise que assola sobre o Judiciário mato-grossense, diante de sucessivos escândalos e problemas. Para resolver a situação e atender as reivindicações dos servidores, por exemplo, ele adianta que será preciso mais de R$ 200 milhões e, hoje, o governo não dispõe dessa quantia.

Silval ponderou, no entanto, que vai verificar em que a máquina estadual poderá contribuir. Como Silvério entrou em contato com o chefe do Executivo nesta quarta-feira (30), o governador afirma que, devido à correria em torno das definições da candidatura à reeleição, agendou reunião com Silvério para a próxima segunda-feira (5) e pretende convocar também o presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PP), para tentar contornar o conflito entre servidores e presidência do TJ.

Ele pontua que não possui interesse em intervir no TJ, garantindo que o Estado tem repassado mensalmente de forma rigorosa o duodécimo do órgão, mas diante da greve será preciso ajudar de alguma forma. “O que eu quero é ajudar, não quero fazer intervenção e nem interferência porque nós somos poderes independentes, mas temos que trabalhar harmonicamente”.

Desde fevereiro deste ano quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu aposentar compulsoriamente o então presidente do TJ, desembargador Mariano Travassos, o Poder Judiciário passou a vivenciar uma crise sem precedentes. Além de assumir o órgão com a imagem “maculada” e a falta de magistrados, Silvério tenta contornar outros problemas como a greve dos servidores, que já está prestes a completar dois meses.