As ações de Luiz Pagot demonstram maior empenho pelo projeto de Mauro Mendes, que o consultou antes de anunciar oficialmente a candidatura a governador.
Pagot defende Silval em público, mas trabalha para Mendes nos bastidores
O ex-secretário de Estado do governo Blairo Maggi, executivo Luiz Antonio Pagot, diretor-geral do Dnit, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes com mais de R$ 15 bilhões de orçamento anual, declara publicamente que apoia o projeto de reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB), seguindo orientação do seu próprio partido, o PR, mas, nos bastidores, demonstra maior vinculação com Mauro Mendes, candidato ao Palácio Paiaguás pela coligação Mato Grosso Muito Mais (PSB, PDT, PPS e PV). Estrategicamente, Pagot está envolvido nas duas campanhas. Mesmo fora da coordenação geral, começa a atuar como espécie de trator, assim como fez nas duas campanhas vitoriosas de Jonas Pinheiro (já falecido) ao Senado e nas duas eleições de Maggi ao governo estadual.
No último domingo, por exemplo, Pagot participou de uma reunião na casa de Emanoel Bezerra, servidor do TCE, ex-secretário da Prefeitura de Rondonópolis e sobrinho do cacique do PMDB, deputado Carlos Bezerra. Estavam presentes também o deputado Percival Muniz, candidato a senador pelo PPS e na chapa de Mendes, e sua esposa Ana Carla Muniz. Até esse dia, Mendes tinha acertado para ser o vice de Silval, o que vinha provocando reviravolta no meio político. Depois da reunião, quando recebeu orientação de Pagot, o empresário sentiu-se mais seguro e, no dia seguinte, anunciou que seria candidato a governador.
Em entrevista coletiva, Mendes fez questão de dizer que iria enfrentar duas máquinas, representadas por Silval no Palácio Paiaguás e por Wilson Santos no Palácio Alencastro, por intermédio do prefeito Chico Galindo (PTB). Não fez menção, porém, ao fato dele próprio ter conseguido fortes financiadores de campanha, capitaneados por Pagot. No grupo da situação, que tem Silval à reeleição, Blairo Maggi e o petista Carlos Abicalil ao Senado, o clima é de desconfiança sobre as ações de Pagot, ex-secretário de Infraestrutura, Casa Civil e Educação da gestão Maggi. Uns já acusam-no de traidor político.
Foi o próprio diretor-geral do Dnit quem orientou Mendes a deixar o PR e se filiar no PSB para viaibilizar o que se convencionou chamar de terceira via. Ademais, todos os principais aliados de Pagot estão na campanha do empresário, como Mauro Carvalho, da distribuidora Skol em Mato Grosso e cunhado de Luiz Lotufo, da empreiteira que mais fatura o governo estadual, José Carlos Pagot, que no início do governo Maggi, em 2003, presidiu o MTGás, e ainda Nilton de Brito, que assumiu o comando da Unit no Estado, e o empreiteiro Wanderlei Torres, da Trimec. Todos transitam no Paiaguás, mas se movimentam para reforçar a candidatura de Mendes.
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