Boas práticas do turismo de bem-estar e termalismo observadas na Itália serão incorporadas por empresários brasileiros
Um banho de água quente
As águas termais são um alívio para o estresse e proporcionam bem estar e relaxamento para quem as procura como tratamento terapêutico. O contato com a natureza e o ambiente agradável faz com que as águas quentes, como as encontradas nos municípios que compõem os circuitos paulista e mineiro das águas, sejam uma boa opção para quem quer uma nova alternativa de turismo de saúde.
A região italiana da Toscana Principal é o principal destino de termalismo do mundo, e está investindo na diversificação da oferta de pacotes turísticos. Essa foi uma das constatações do grupo de empresários brasileiros que esteve na Itália entre 13 e 19 de junho, participando do programa Benchmarking 2010 - Excelência em Turismo, do Ministério do Turismo (MTur).
Com o tema “Boas e Melhores Práticas no Turismo de Bem-Estar e Termalismo”, o programa foi executado pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) em parceria com MTur, Embratur e Sebrae Nacional.
Segundo Rosiane Rockenbach, coordenadora-geral de Serviços Turísticos do MTur, o objetivo é qualificar agentes e operadores brasileiros utilizando o benchmarking. “A técnica consiste na análise e incorporação de práticas eficientes identificadas em destinos-referência. Aprendendo com as melhores práticas internacionais, o turismo termal no Brasil passará a ter uma nova dimensão e um novo horizonte a partir desta visita técnica”, disse ela.
Novo posicionamento - Nesta etapa do programa, que teve como foco de observação o turismo de bem-estar e termalismo, os empresários selecionados tiveram reuniões com operadores e representantes do governo da Toscana e fizeram visitas técnicas a hotéis, spas e resorts instalados nas cidades de Monsummano, Montecatini, San Casciano dei Bagni, Bagno Vignoni, Chianciano e Florença.
Para Karla Buzzi, consultora técnica do projeto, ficou clara uma tendência do setor de distanciar o termalismo do conceito de tratamento e cura de doenças, posicionando a atividade sob o ponto de vista do bem-estar e da saúde preventiva. “A atividade termal precisa se renovar e inovar para manter o mercado”, disse.
“Em Therme di Chianciano, por exemplo, eles desenvolveram uma moderna estrutura chamada Terme Sensoriali, que é um centro de bem-estar com base nos cinco sentidos e nos cinco elementos da natureza”, explica Karla Buzzi, referindo-se a um templo termal de 1.300m2, criado em 2006 na cidade Chianciano Terme, a 90km de Florença. “Alguns empresários manifestaram interesse em implantar estrutura semelhante em seus negócios no Brasil, proporcionando inovação ao setor”, completou a consultora técnica do projeto.
No final do programa, uma compilação das melhores práticas de termalismo registradas será publicada para que qualquer pessoa possa ter acesso às informações. A divulgação desse material está prevista para acontecer no próximo Congresso da ABAV, previsto para o final de outubro, no Rio de Janeiro.
As três primeiras edições do projeto foram realizadas nos anos de 2005, 2006 e 2008, em Costa Rica, Peru, México, Nova Zelândia, Espanha, Argentina, África do Sul, St. Marteen/Caribe, Estados Unidos, Chile, Portugal e Alemanha. No total, foram capacitados 163 operadores, aproximadamente, que após as viagens, promoveram ações de multiplicação em suas respectivas localidades, favorecendo indiretamente cerca de 6.300 outros empresários e profissionais do turismo.
Bem-estar e termalismo - A atividade termal surgiu na Itália. Em Roma e na Toscana, no século III a.C., foram descobertas fontes de águas quentes e, a partir delas, foram construídas grandes termas públicas ou privadas, que comportavam até 6 mil pessoas. A partir do século XVII, teve inicio o conceito de termalismo moderno, com a construção de grandes hotéis e até cidades em volta das termas.
Hoje a Toscana recebe anualmente 42 milhões de turistas. As termas representam cerca de 10% desse movimento turístico, empregando 120 mil pessoas direta ou indiretamente.
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