A CNI (Confederação Nacional da Indústria) revisou para cima suas projeções de crescimento da economia brasileira. Em vez de 6%, a área econômica da entidade espera um avanço de 7,2% neste ano.

Em maio, os economistas da Confederação já haviam revisado sua estimativa para a alta do PIB (soma das riquezas do país) de 5,5% para 6%.

Ontem, o Banco Central também divulgou uma revisão de expectativas para o produto nacional, apontando um aumento de 7,3%, ante 5,8% da projeção anterior.

Mesmo considerando uma economia em ritmo mais acelerado, a CNI manteve sua projeção, feita em maio, de que a inflação deve atingir 5,4% (pela leitura do IPCA).

Em compensação, os economistas da entidade já esperam uma taxa básica de juros mais alta para o final de ano, na casa de 11,50%. Hoje, a taxa Selic está em 10,25%. Em maio, os especialistas ainda trabalhavam com uma taxa de 11% para dezembro.

Desaquecimento

A área econômica da Confederação conta com um desaquecimento da economia para o segundo semestre. Primeiro, porque a elevação recente da taxa básica de juros já começou a ter impacto no custo dos empréstimos. O crédito para o consumo também começa a dar sinais de recuo.

A CNI ainda leva em conta uma expansão menor dos gastos públicos na metade final do ano, observando que esse processo já começou no segundo trimestre.

Também por esse motivo, a Confederação estima uma melhora em alguns indicadores importantes de saúde fiscal do país. A relação dívida/PIB deve cair para 40,9% (a projeção anterior era de 42%), enquanto o superavit público nominal deve ascender para 2,60% (a estimativa de maio era de 2,35%).

Comércio exterior

A CNI projeta ainda uma taxa de câmbio de R$ 1,79 para dezembro, pouco acima do R$ 1,77 projetado em maio. O volume projetado de exportações aumentou de US$ 185 bilhões para US$ 190 bilhões. Já as importações podem atingir a marca recorde de US$ 180 bilhões (a estimativa anterior era de US$ 175 bilhões).

De olho nos problemas na Europa e dos EUA, a Confederação avalia que as exportações não devem atingir os níveis anteriores à crise e consideram saldo comercial de US$ 10 bilhões (mesma projeção de maio), menos da metade do superavit de US$ 25 bilhões registrado em 2009.

Também considerando o quadro cima, os economistas da CNI pioraram sua expectativa para o resultado da conta corrente do país (medida mais ampla das transações com o exterior). Em vez de um deficit de US$ 50 bilhões, a CNI estima um resultado negativo em US$ 54 bilhões.