Na Grande Cuiabá, setor só voltou a respirar apartir de maio, com retirada da isenção de IPI
Comércio de carro usado cresce 25% no semestre em MT
Após um período de fraco desempenho, quando algumas lojas da Grande Cuiabá chegaram a fechar as portas e os preços sofreram uma desvalorização sem precedentes no mercado, o segmento de carros usados retomou as vendas e encerrou o primeiro semestre de 2010 com incremento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados ontem pela Associação dos Revendedores de Veículos de Mato Grosso (Agenciauto), apontando que em 2009, para cada carro zero-Km, as garagens vendiam 2,3 usados. Hoje, esta relação aumentou para 2,9 seminovos quando se compra um veículo zero-Km.
“Sem dúvida, o segmento vive uma nova fase depois passar por momentos de extrema dificuldade em 2009”, afirma Isnel Leite de Almeida, presidente da Agenciauto. Segundo ele, o setor voltou a respirar a partir de maio, com a retirada da isenção de IPI. “As lojas que estavam fechadas já pensam em retomar as atividades e notamos uma procura por abertura de novas lojas. Só esta semana estão sendo inauguradas cinco [garagens] em Cuiabá”, informa.
Ele atribui a retomada do mercado de seminovos e usados ao fim dos benefícios de isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros zero-quilômetro, que foram retirados no final de abril. De acordo com levantamento da Agenciauto, o mercado de usados vende cerca de 9 mil unidades por mês.
Outro fator que está motivando a retomada do segmento de seminovos são os preços dos carros usados, que apesar de apresentarem vantagens em relação aos novos estão hoje pelo menos 7% mais valorizados.
“Percebemos que os consumidores estão migrando para os seminovos, devido ao custo-benefício. Um modelo Celta zero-quilômetro, com ar- condicionado, custa R$ 32 mil. Com apenas um ano de uso (ano 2009), o veículo pode ser adquirido por até R$ 25.900, desvalorização de quase 20%. No caso do Gol básico 2 portas, que custa R$ 26 mil, o preço é reduzido para até 22 mil (-016%) para o mesmo veículo ano 2009.
Almeida informou que carros de maior valor agregado, como Fusion, Civic e Corolla, têm desvalorização maior, podendo chegar a 30% no primeiro ano de uso. “Por isso acreditamos que a procura por seminovos aumentará ainda mais, principalmente porque a indústria poderá ter problemas com matéria-prima – chapas e aço, por exemplo – devido à grande demanda por estes insumos na construção civil”, afirmou.
CONCESSIONÁRIAS
As concessionárias confirmam o bom momento vivido pelo segmento de carros usados e seminovos, após o retorno do IPI para veículos zero-quilômetro. Sam Lins, vendedor da Domani, diz que o primeiro semestre fechou com crescimento de pelo menos 10% em relação a 2009. Palio e Uno são os modelos mais procurados na loja e os preços variam de R$ 17 mil a R$ 23, para veículos com idade de um a quatro anos de uso. As taxas de juros são atrativas (1,39%), e o prazo do financiamento pode chegar a 60 meses, sem a necessidade de entrada. O modelo Uno, no valor de R$ 17 mil, pode ser adquirido com parcelas de até R$ 485 em 60 meses.
A Trescinco (Volkswagen) também vem registrando bom desempenho com a venda de seminovos, que cresceu de 10% a 15% no semestre. Um Gol básico, ano 2007, que custa R$ 21 mil, pode ser financiado em até 60 meses com parcelas em torno de R$ 600.
A Citavel (revendedora Ford) chegou a incrementar suas vendas em até 30%, segundo o gerente de Vendas de Seminovos, Renato Luiz Altoé. Ele diz que o mercado apresenta bastante liquidez e o mercado retomou a estabilidade. “A tendência é [o mercado] ficar cada vez mais aquecido”. Uma EcoSport 2007, no valor de R$ 36 mil, pode ser financiada com uma entrada de 20% e 60 parcelas de R$ 822.
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