Ao som do Siriri em festejo centenário, ex-governador recebeu o carinho de moradores de São Pedro da Joselândia
Pantaneiros recebem Maggi na Festa de São Pedro
O pré-candidato ao Senado Blairo Maggi (PR) prestigiou a tradicional festa de São Pedro na comunidade pantaneira de São Pedro de Joselândia, distrito de Barão de Melgaço. Na comemoração que se mantém há quase 100 anos, o ex-governador foi recebido com carinho pelos festeiros e no embalo contagiante do Siriri, dançou com a esposa Terezinha Maggi no salão da paróquia que leva o nome do santo.
O auge do festejo mobiliza todos os anos oito comunidades da região no dia 29 de junho e reúne cerca de 2.400 pessoas em três dias de comemoração, que se encerra hoje. Além de uma demonstração de devoção ao santo padroeiro dos pescadores, a festa é também uma celebração da amizade e de resistência para o povo pantaneiro. Quem vive ali aprendeu a superar as dificuldades de meses em isolamento e a fazer de seus conterrâneos os melhores companheiros.
Mas no meio do pantanal mato-grossense, a hospitalidade é uma qualidade nata. “Quando cheguei aqui pela primeira vez em 2004, passei por Barão de Melgaço e perguntei o que tinha lá para baixo. A resposta foi: São Pedro de Joselândia. Desci para cá e cheguei de surpresa. Os moradores ficaram espantados, porque um governador nunca tinha chegado assim. Desde aquela época guardo um carinho enorme por esse povo e essa já é a terceira vez que estou aqui”, relembrou Blairo Maggi.
Além de aprender os passos do Siriri, Blairo e Terezinha desfrutaram de outro atrativo da festa: a comida típica. “Dança e churrasco. Há quase 100 anos é assim a nossa festa de São Pedro. A música não para durante os três dias de festa e a gente só sai do salão para rezar ou para comer”, conta o aposentado Joaquim Rodrigues, 96 anos. Acompanhado da esposa e dos 11 filhos, ele participa da festa desde 1940.
Em Joselândia, o povo ainda guarda características de uma comunidade rústica. Entre dezembro e maio, período das inundações no Pantanal, o meio de transporte mais popular para chegar até Poconé - e então seguir para Cuiabá - é a canoa. “Eu ia muito de canoa para Cuiabá. Remava por seis dias. Aproveitava para levar as cartas de todo mundo da região até a Capital”, conta Joaquim Rodrigues.
Há seis anos a medida já não é mais necessária. A palavra tecnologia, antes desconhecida para os moradores da comunidade, passou há pouco tempo a se integrar ao cotidiano local. No ano de 2005, uma parceria entre os governos federal e estadual levou o programa Luz para Todos até a comunidade- que antes dependia de lamparinas e geradores de energia movidos a óleo diesel.
“Só comíamos carne de sol, porque não tinha geladeira para guardar comida. Não tinha bebida gelada. Eu trazia sorvete a cada 15 dias de Cuiabá para vender em um isopor”, recorda a comerciante Juraci Barbosa, 46 anos, que há duas décadas vive no distrito. Depois da chegada da energia, a Escola Estadual Maria Silvina Peixoto foi reformada no início de 2010, recebeu 15 computadores novos e um posto de Saúde também foi construído na comunidade.
Decorridos 185 anos desde sua criação, o distrito de São Pedro de Joselândia já percebe grandes melhorias na qualidade de vida da população com pequenas conquistas para moradores de uma cidade grande, mas que ali têm valor inestimável, como o acesso à Saúde, à televisão (é a segunda vez que a comunidade tem a oportunidade de assistir os jogos da Copa do Mundo) e, mais recentemente, à Internet.
Enquanto acompanham a chegada da modernidade, os moradores dali aproveitam o progresso e mantêm as tradições e o orgulho de serem pantaneiros. "Nasci e me criei aqui. Amo esse lugar. Nossa terra está cada vez melhor para viver e continua linda, ainda mais quando chega a época de cheia e o Pantanal vira o nosso paraíso”, destaca Braz Pereira de Arruda, 72 anos.
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