Segundo a petista, mesmo com as pesquisas indicando que ela tem 40% das intenções de votos, contra 35% do tucano, o cenário pode não se confirmar nas urnas.
"Acho que nesse momento da eleição a situação é essa. Não se pode a partir daí tirar nenhuma consequência sobre o dia 3 de outubro. Não é prudente [falar em vitória no primeiro turno], estatisticamente não é correto. Pesquisa não é previsão. Ela mostra uma tendência, mas não se pode dizer que isso vai se confirmar por qualquer razão que seja. O que importa é ir para batalha, explicando para a população o que nós fizemos e porque podemos fazer mais", disse em entrevista para a rádio "Cacique" AM/FM de Sorocaba.
Dilma evitou comentar a crise em torno da escolha do vice de Serra, que eclodiu depois que os tucanos escolheram o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), em detrimento de um democrata. A petista, no entanto, alfinetou o adversário sustentando que não há problemas em suas alianças.
"Olha, a gente não dá palpite na campanha alheia. Fica muito desagradável e não tem sentido. Cada um tem seus métodos, sabe como é seu tempo. Deixa eles com os problemas deles e nós já resolvemos os nossos", afirmou.
Durante a entrevista, a petista disse que, apesar de se apresentar como a continuidade da gestão Lula, vai realizar um governo com muitos diferenciais. Dilma não explicou de que forma pretende fazer, mas disse que as condições atuais do país permitem.
"O diferencial [do meu governo e do presidente Lula] será muito grande. O próprio sucesso do que fizemos no governo Lula cria um patamar a partir do qual vamos avançar. Quando chegamos ao governo em 2003, nós recebemos o Brasil com inflação descontrolada, éramos devedores do FMI e não tínhamos dinheiro pra fazer face a crise internacional que estava ocorrendo e havia um imenso endividamento público --inclusive 30% desse endividamento era em dólar. A situação hoje é diferente. Temos US$ 250 bilhões de reservas de moeda forte e ao invés de sermos devedores somos credores do FMI", disse.
Dilma aproveitou a entrevista para fazer promessas de campanha, como a ampliação dos programas Bolsa Família e do Minha Casa, Minha Vida.
"Vou integrar o Bolsa Família com oportunidades na área de educação, educação profissional, inclusive com programas de alfabetização porque hoje ninguém consegue emprego se não for alfabetizado. Também terá uma integração com microcrédito porque no Brasil tem muita oportunidade para o microempreendedorismo, é a doceira, participação na cadeia produtiva, agricultura familiar", afirmou.
Questionada se apostaria que o Bolsa Família seria extinto no final de 2014, no eventual último ano de seu governo, Dilma não quis fazer previsões, mas assegurou que trabalhará para isso, com medidas para acelerar o crescimento do emprego formal.
"Enquanto tivermos uma população que ganha uma renda per capita de um quarto de salário mínimo, ou R$ 120, é importante que haja o bolsa família. O Brasil vai ter dois movimentos, um com o crescimento do emprego formal e a economia crescendo como está crescendo, a discussão acima de 6,5% ou 7%, mas enquanto não tivermos esse processo, porque não é feito de forma abrupta elevar as pessoas da pobreza para situação de consumo melhor, vou manter o programa enquanto for necessário, no período de transição... O Brasil vai acabar com o Bolsa Família porque o Brasil vai crescer", disse.
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