A pesquisa PIA-Empresa 2008 teve o objetivo de identificar as características estruturais básicas do segmento industrial. Foram medidos pela primeira vez dados referentes a estabelecimentos que empregam de uma a quatro pessoas. Esses locais correspondem a aproximadamente metade do número de empresas industriais (47%), englobam em torno de 6% do pessoal ocupado total e são responsáveis por cerca 1% do valor da transformação industrial (VTI) - diferença entre o valor bruto da produção e os custos das operações.
A partir de cinco empregados
Já as 165 mil empresas que têm cinco ou mais funcionários têm receita de vendas de R$ 1,7 trilhão - 99,1 % do total. Os gastos com pessoal foram da ordem de R$ 131 bilhões, ou seja, de 98,4%.
O crescimento numérico das empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas foi de 5,7% em relação a 2007, ao passo que, em termos de pessoal ocupado, o acréscimo foi de 4,9%.
O VTI teve um aumento de 20,3% em relação ao ano anterior, o que se deve, em grande parte, ao setor de fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que contribuiu com 4 pontos percentuais para o crescimento. Em seguida, destacam-se as indústrias alimentícia e automobilística, ambas com 2,6 pontos percentuais, as indústrias extrativas, com 2,1 pontos percentuais, e a metalurgia, com 1,7 pontos percentuais. Juntos, os setores representam cerca de 13 pontos percentuais.
O número de empresas industriais no Brasil cresceu 10,8% na comparação entre 2007 e 2008, passando de 279.820 para 310.017. O segmento, que emprega cerca 7,9 milhões de pessoas, teve receita de R$ 1,8 trilhão, sendo que o VTI foi de R$ 722 bilhões. Os gastos com pessoal ultrapassaram os R$ 225 bilhões contra os quase R$ 195 bilhões no ano anterior.
A venda de produtos e serviços permanece, em 2008, como a principal fonte de receitas das empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas, englobando mais de 84% do total, embora tenha perdido 1,8 ponto percentual na comparação com 2007. Já a receita com revenda de mercadorias e prestação de serviços não industriais aumentou 0,7 ponto percentual, e as receitas das atividades não produtivas tiveram ganhos de 1,1 ponto percentual.
O consumo de matérias-primas permanece como o principal componente dos custos e despesas, atingindo 43,6% em 2008, mas tem perda de participação, já que, em 2007, representava 47%. A aquisição de mercadorias para revenda alcançou o patamar de R$ 93 bilhões em 2008, registrando aumento de 0,8 ponto percentual.
As cinco divisões de maior peso no VTI em 2008 são as mesmas de 2007 no ranking da indústria nacional. Representando mais de 50% do total, destacam-se, em 2008, a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (16,5%); a de produtos alimentícios (12,3%); a de veículos automotores, reboques e carrocerias (10,0%); metalurgia (8,1%); e fabricação de produtos químicos (7,3%). Nas demais atividades, sobressai o ganho vindo das indústrias extrativas, que possuíam 4,1% do VTI em 2007 e 5,1% em 2008.
Setores
Os setores com maior número de empresas, que foram responsáveis, tanto em 2007 como em 2008, por aproximadamente 53% do total, são confecção de artigos do vestuário e acessórios; fabricação de produtos alimentícios; de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos; de produtos minerais não-metálicos; e de produtos de borracha e de material plástico.
A concentração das maiores participações no total do valor da transformação industrial (VTI) e na receita líquida de vendas ocorre nas regiões Sudeste (62,2% e 59,5%) e Sul (18,3% e 20,7%), com percentuais bem acima dos observados nas regiões Nordeste (9,7% e 9,1%), Norte (6,2% e 5,6%); e Centro-Oeste (3,7% e 5,2%). Também nas variáveis número de plantas industriais (unidades locais de uma mesma empresa industrial) e pessoal ocupado, o Sudeste está à frente, com 52,6% e 54,0%, respectivamente, seguido pelo Sul (27,4% e 25,0%).
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