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Internacional
Quarta - 30 de Junho de 2010 às 00:52

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Reprodução Facebook
Anna compareceu nesta segunda-feira (28) no Tribunal de Manhattan, onde o juiz ordenou a manutenção da sua prisão.
Anna compareceu nesta segunda-feira (28) no Tribunal de Manhattan, onde o juiz ordenou a manutenção da sua prisão.

Ela tem 28 anos, cabelos ruivos flamejantes e olhos verdes: uma jovem russa que desembarcou recentemente em Nova York se transformou, em poucas horas, em espiã de Moscou nos Estados Unidos.

"Red Head" (Cabeça Ruiva) é título do jornal americano New York Post, que publicou uma foto de Anna Chapman, presa na noite do último domingo com outras nove pessoas sob acusações de participação em uma rede de espionagem a favor da Rússia.

Com vestígios da Guerra Fria, o jornal brinca com a cor dos cabelos da suposta espiã e compara-o com o da bandeira da extinta União Soviética.

Na queixa do FBI (a polícia federal americana), Chapman é acusada de ter fornecido informações a um dirigente russo com quem teria se encontrado todas as quartas-feiras dos últimos meses em uma livraria de Nova York.

O advogado da jovem, Robert Baum, argumentou que as únicas pessoas para quem Anna ligou do seu celular foram seus pais. Disse também que, quando lhe deram um passaporte falso, ela imediatamente procurou a polícia para entregá-lo e, por isso, foi presa.

Anna compareceu nesta segunda-feira (28) no Tribunal Federal de Manhattan, onde o juiz James Cott ordenou a manutenção da sua prisão provisória. Usando jeans e camiseta branca, conversando longos minutos em voz baixa com um advogado, ela foi levada algemada com outros quatro acusados presentes no tribunal.

Russa seria empresária de sucesso da web

A cidadã russa de 28 anos mudou-se para Nova York em fevereiro, vinda de Moscou logo após um divórcio, assegurou o New York Post e um site de informações russo, o lifenews.ru.

Em uma entrevista postada no site YouTube, Anna explica ser uma especialista em micro empreendimentos e que estaria desenvolvendo uma rede de recrutamento de jovens profissionais "nas duas cidades do mundo onde há mais pessoas talentosas, Moscou e Nova York".

 

No vídeo, parte de uma série intitulada "Escola online para pequenas empresas", ela conta que já morou e trabalhou durante muitos anos em Londres, em uma empresa de investimentos. Em Moscou, já havia montado e consolidado um site de pesquisas imobiliárias.

Em Nova York, a empresária montou outro negócio, Time Venture, especializado em "tecnologia, internet, mídia e lazer", precisou a russa.

- Eu elaboro estratégias de desenvolvimento mundial de empresas recém-criadas.

Diante o tribunal, o valor da sua empresa foi estimado em torno de R$ 3,4 milhões (US$ 2 milhões).

Defesa ainda não consegue sensibilizar juiz

O advogado Baum tentou demoradamente convencer o juiz de sua inocência.

- Vocês dizem que a rede está sendo vigiada há inúmeras décadas, mas minha cliente nunca colocou os pés nos Estados Unidos antes de 2005, e ela mora aqui há apenas alguns meses, com um visto revogado no último sábado.

Mesmo assim, o juiz estimou que a partir da leitura da queixa do FBI, "ela dificilmente poderia ser totalmente inocente" e recusou o pedido da defesa.

Em sua página no site de relacionamentos Facebook, Anna Chapman escreveu: "Se você puder imaginar, pode realizar. Se puder sonhar, pode se transformar".





Fonte: AFP

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