O ranking de 2010 da publicação "Foreign Policy" e do Fundo para a Paz dos Estados Falidos aponta pelo terceiro ano consecutivo a Somália como o país em situação mais crítica.

O Afeganistão e o Iraque trocaram de posição em relação ao ano anterior-- ficando em 6º e 7º lugar, respectivamente-- mas ainda aparecem entre os dez primeiros da lista.

A lista dos 60 países considerados mais vulneráveis foi divulgada na edição de Julho/Agosto da "Foreign Policy".

O Brasil aparece em 119ª lugar na lista, progredindo seis posições em relação a 2009, quando aparecia em 113º lugar.

No entanto, de acordo com o ranking, ainda não é um país estável, mas em situação limite [borderline]. A estimativa classifica os países em cinco tipos de situação: crítica, de risco, limite, estável e bastante estável.

O ranking analisa 177 países de acordo com 12 critérios que incluem questões sociais, econômicas, políticas e militares, com base em mais de 90 mil fontes públicas de informação.

Entre as questões levadas em consideração estão temas como o fluxo de refugiados, as violações aos direitos humanos e as ameaças à segurança. No topo da lista, a Somália é apontada como uma nação tomada pelo caos e pela falta de respeito às leis. Entre os principais problemas, são citados a questão das embarcações piratas que realizam sequestros de navios estrangeiros, além de militantes armados nas ruas de Mogadício.

Apesar de ter conseguido lidar com a segunda maior hiperinflação do mundo, o Zimbábue aparece em quarto lugar no ranking devido à incapacidade do ditador Robert Mugabe de lidar com a questão da segurança. Já o Sri Lanka, onde o governo teve êxito em deter a insurgência dos Tigres Tâmeis pela Libertação da Pátria (LTTE), aparece em 25º lugar na lista, devido às acusações de sérias e recorrentes violações aos direitos humanos.

Afeganistão e Iraque

No Afeganistão -- que passou da 7ª para a 6ª posição-- o ranking não registrou progresso. A divulgação da estimativa ocorre poucos dias depois das declarações do secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, que diz acreditar que as tropas americanas estão progredindo contra os insurgentes, apesar de baixas significativas sofridas no conflito, iniciado em 2001.

O mês de junho tornou-se o mais violento para as tropas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) desde o início da guerra contra o grupo islâmico radical Taleban. Segundo contagem da agência, citada pela agência de notícias Associated Press, 99 militares da aliança atlântica morreram em ataques e combates neste mês, 56 deles americanos.

O recorde anterior era de agosto de 2009, quando 77 militares morreram. Para os Estados Unidos, país que lidera a guerra e tem o maior contingente no país, o mês mais mortal foi em outubro de 2009, com um total de 59 mortos. Atualmente, há cerca de 150 mil soldados estrangeiros no país.

O Iraque também não registrou melhora significativa, já que caiu apenas uma posição no ranking.