O resultado do exame toxicológico para detectar vestígios do remédio abortivo Citotec, que o goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, supostamente obrigou a ex-namorada, Eliza Silva Samudio, a ingerir na madrugada de 13 de outubro de 2009, só deve ficar pronto na próxima sexta-feira. Sairá, portanto, cerca de oito meses depois de solicitado pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.

Procurado pela Folha, o IML (Instituto Médico Legal), declarou que somente a delegacia pode informar sobre o caso. Já a Polícia Civil não soube explicar o motivo da demora na apresentação do resultado.

Eliza está desaparecida há cerca de um mês. De acordo com a polícia, o goleiro Bruno é o principal suspeito. Em outubro, após Eliza prestar queixa contra ele na Deam, Bruno foi indiciado por tentativa de aborto, ameaça, cárcere privado e lesão corporal. Exames realizados pela vítima no IML constataram lesões leves.

Ela procurou a polícia dizendo ter sido ameaçada pelo atleta e por dois amigos, identificados como Russo e Macarrão, e levada para o apart-hotel onde Bruno estava hospedado, na Barra, zona oeste do Rio, no dia 12 de outubro.

Segundo a Deam, o inquérito contra o jogador já foi encaminhado ao Ministério Público do Rio, que aguarda apenas o resultado do exame toxicológico da urina de Eliza. Bruno pode pegar até dez anos de prisão --pena máxima para um dos crimes, o de cárcere privado.