Apontado como pivô da crise administrativa que paralisou o Senado em 2009 e investigado pelo Ministério Público Federal por causa do escândalo dos atos secretos, Agaciel disse à Folha que "não há nenhum impedimento jurídico" para sua participação na disputa e que após 34 anos no Senado quer "construir sua carreira política".
O ex-diretor --que chegou a ser conhecido como 82° senador por causa de sua influência e poder-- afirmou que tem pretensões políticas que ultrapassam a Câmara Legislativa. "É claro que isso depende do eleitor, mas sei que só quero ser distrital por quatro anos", disse.
Agaciel disse que não teme perder votos por causa das denúncias de irregularidades em sua gestão de 14 anos na diretoria-geral.
O ex-diretor foi acusado de ser responsável pela não publicação de mais de 600 decisões administrativas, como nomeação de servidores, aumento de vencimentos e benefícios, e acabou punido com uma suspensão de 90 dias sem remuneração. A decisão foi tomada pela direção do Senado que contrariou a recomendação da comissão que investigou o caso e determinava a demissão dele.
"Não há nenhum impedimento jurídico para minha candidatura. Levei uma punição política. Não me beneficie com os atos secretos, depois esses atos foram considerados legais. Pode perguntar para qualquer pessoa em Brasília e vai ver que não há uma só pessoa que diga que o Agaciel fez algum mal", disse.
Segundo Agaciel, sua campanha será direcionada aos jovens e ao funcionalismo da capital federal. "Minha campanha vai ser focada na valorização do servidor terceirizado, dos artistas da cidade, na ampliação do menor aprendiz e na discussão de planos de carreira para os funcionários do DF. Vou colocar minha experiência de 34 anos no serviço público na Câmara. Não estou indo para lá atrás de emprego. Quero construir minha carreira política".
Questionado sobre os custos da campanha, Agaciel desconversou, mas garantiu que os gastos serão "modestos". "Estou esperando o fim dos ajustes do partido sobre as coligações para definir isso. Minha campanha vai ser modesta, não vou gastar muito", afirmou.
Acolhido pelo PTC em outubro do ano passado, quando já dava sinais de que iria se lançar candidato, Agaciel terá que disputar a propaganda partidária com outros 71 candidatos da coligação com da legenda com o PRP.
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