Oportunidade de conversa entre líderes do Brasil e Estados Unidos sobre o Irã dificilmente se repetirá
Lula perdeu ""chance de ouro"", diz fonte do governo americano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu uma "chance de ouro" de tratar da questão do Irã com os cinco membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha (o chamado P5+1) ao se ausentar do encontro de cúpula do G-20, o grupo das principais economias desenvolvidas e emergentes, concluído ontem em Toronto. Na avaliação de uma fonte do governo americano, a oportunidade de uma conversa informal e franca entre os líderes do Brasil e dos Estados Unidos sobre o Irã dificilmente será repetida.
Ao preferir se manter em Brasília, para coordenar as ações no Nordeste, Lula ainda deixou de figurar entre Índia e China na liderança das demandas dos emergentes.
O espaço que deixou vago no G-20 foi ocupado pelos aliados do Brasil nessas duas frentes da diplomacia de Lula.
O presidente dos EUA, Barack Obama, reuniu-se na noite de sábado com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdogan. Segundo a assessoria de imprensa da Casa Branca, "como aliados", os dois líderes tiveram uma discussão "abrangente e franca" sobre o programa nuclear iraniano e outros temas do Oriente Médio. Esse encontro, salientou a mesma fonte, poderia ter sido ampliado, com a presença de Lula e de outros líderes do P5+1. "Quando vamos achar um ambiente tão favorável a uma reunião informal?", lamentou.
Nos bastidores do G-20, os líderes da Índia, da China e da Indonésia puderam tratar do estreitamento de parcerias com os EUA direto com Obama.
O primeiro ministro da Índia, Manmohan Singh, foi recebido por Obama em uma pequena sala com o elogio a sua "extraordinária liderança, não apenas para a Índia, mas para o mundo". Obama prometeu visitar oficialmente, em breve, Nova Délhi.
"Devo dizer que aqui no G20, quando o primeiro-ministro (Singh) fala, as pessoas ouvem. Particularmente, devido a seu profundo conhecimento de economia, assim como pelo fato de que entende que a Índia cresce como um poder mundial, não só regional, e que isso traz também uma enorme responsabilidade de trabalhar com o resto da comunidade mundial nos temas da paz e da prosperidade", completou Obama.
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