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Economia
Domingo - 27 de Junho de 2010 às 13:14
Por: Alessandra Corrêa

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O rascunho do comunicado final da cúpula do G20 (grupo que reúne as principais nações avançadas e em desenvolvimento), a que a BBC Brasil teve acesso, afirma que "as economias avançadas se comprometeram com planos fiscais que vão pelo menos reduzir pela metade os déficits até 2013 e estabilizar ou reduzir a relação entre dívida e PIB (Produto Interno Bruto) até 2016".

O texto deverá ser divulgado na tarde deste domingo, ao final da reunião de dois dias em Toronto, no Canadá.

O rascunho do comunicado final da reunião cita a necessidade de dosar as medidas fiscais com esforços para reequilibrar a demanda, evitando assim riscos à retomada do crescimento.

"Os países com graves desafios fiscais devem acelerar o passo da consolidação", diz o texto. "Isso deve ser combinado com esforços para reequilibrar a demanda global e assegurar que o crescimento mundial continue em um caminho sustentável."

O documento reconhece a necessidade de reforçar o crescimento mundial e diz que, para sustentar a recuperação, é preciso "continuar implementando os planos de estímulo existentes".

"O caminho do ajuste deve ser cuidadosamente calibrado para sustentar a recuperação da demanda privada. Há um risco de que ajustes fiscais sincronizados em diversas grandes economias possar impactar negativamente a recuperação", diz o texto.

Velocidade

O principal tema das discussões da Cúpula do G20, iniciada no sábado, é a velocidade da retirada das medidas de estímulo e o tamanho do corte de gastos em alguns países, especialmente da Europa.

Os europeus, atingidos por crises de déficit orçamentário e dívida pública, defendem as medidas de austeridade adotadas por vários países para colocar suas contas em dia.

No entanto, o Brasil, os Estados Unidos e outros países alertam para os riscos de que uma retirada prematura dos estímulos e cortes muito profundo nos gastos possam colocar em risco a recuperação global.

No sábado, antes do início das discussões, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia afirmado que a meta de reduzir o déficit pela metade até 2013 era "draconiana" e "um pouco exagerada".

Segundo Mantega, o Brasil não teria problemas em cumprir essas metas, mas países com déficits altos, como o Japão, enfrentariam dificuldades, e seria preciso buscar uma redução menor, mais factível do que cortar o déficit pela metade.

O ministro disse que os emergentes não devem "carregar nas costas" a retomada do crescimento. De acordo com Mantega, os países ricos, principalmente os exportadores, estariam fazendo ajuste fiscal "às custas" dos emergentes ao impor medidas muito severas em vez de estimular o crescimento.

O ministro lidera a delegação brasileira em Toronto, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua participação na cúpula para acompanhar de perto os esforços de ajuda às vítimas das chuvas no nordeste do Brasil.

A reforma do sistema financeiro mundial é outro tema em discussão em Toronto. O rascunho do documento final da cúpula diz que ainda é necessário mais progressos nesse tema "para aumentar a transparência".

Os líderes discutem também a necessidade de concluir as reformas nas instituições financeiras internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, para que países emergentes, como o Brasil, tenham mais voz e poder de voto.






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