Pré-candidato ao Senado, ex-procurador da República insinua que deputado federal está se movimentando nos bastidores de Brasília para minar seus planos
Taques insinua manobra de Abicalil
O ex-procurador Pedro Taques (PDT), que deixou o Ministério Público Federal para ser candidato ao Senado na eleição deste ano, pode não ver seu projeto concretizado por causa de articulações políticas. Ontem ele insinuou que o deputado federal Carlos Abicalil (PT) estaria se movimentando em Brasília para que ele não saia como candidato.
“Há pessoas do PT que estão em Brasília articulando para eu não ser candidato”, disse Taques. Quando questionado se sabia de alguma coisa de fato sobre Abicalil, o ex-procurador afirmou que não quer falar sobre isso agora.
Pelas pesquisas divulgadas até agora sobre a disputa ao Senado, os candidatos Blairo Maggi (PR) e Antero Paes de Barros (PSDB) aparecem na frente, seguidos por Abicalil e, por último, Taques. O deputado e o ex-procurador tem o mesmo perfil de eleitorado - a saída de Taques do jogo certamente favoreceria Abicalil. Este ano, duas das três vagas no Senado serão renovadas.
Parte do PDT que abandonar o projeto Mato Grosso Muito Mais, que tem o empresário Mauro Mendes como candidato ao governo, e migrar para apoio ao governador Silval Barbosa (PMDB). Se esse cenário se concretizar, a situação ficará delicada para Taques, já que o grupo já tem dois candidatos ao Senado: Maggi e Abicalil. Além disso, a relação entre Taques, que é ex-procurador da República, e muitos políticos dessa coligação não é amistosa.
“O eleitor tem o direito de escolher entre os candidatos. Não podem me tirar da disputa num ato rasteiro. O eleitor tem que fazer como a Serys, não votar em traidor”, disse Pedro Taques. Ele fazia referencia ao episódio que deixou a senadora Serys Slhessarenko de fora da disputa. Ela queria tentar a reeleição, mas teve que enfrentar uma eleição interna dentro do partido e perdeu para o deputado federal Carlos Abicalil, que é o candidato ao senado do PT.
Depois da disputa, Serys disparou sua metralhadora verbal contra o deputado, dizendo sempre que ele é um traidor e ganancioso, pois ela, como senadora que já é, era a candidata natural do partido.
O ex-procurador também revelou que conversou com o ministro Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, e questionou o que ele faria se o PT pedisse apoio em Mato Grosso. “Ele me garantiu que eu serei o candidato ao Senado. Mas se alguma coisa aconteceu de lá para cá, eu não sei. E se a Nacional decretar intervenção, é porque alguma coisa aconteceu”, disse Taques.
Apesar de todos os problemas, Taques parece não esmorecer e afirma que só não será candidato se o PDT não quiser. “Eu quero disputar a eleição. E se for perder, que seja nas urnas, e não no tapetão, como estão querendo fazer”, disse.
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