"Nós ficamos culpando a chuva, ficamos procurando culpado, mas a verdade é que 50, 60, 70 anos atrás essas pessoas construíram suas casas em lugares inadequados. Construíram casa na beira do rio que todo mundo sabe que, mais dia ou menos dia, pode dar enchente", disse em uma entrevista coletiva no Aeroporto de Maceió depois da visita às áreas atingidas.
Segundo o presidente, o Governo Federal vai conversar com os Estados e municípios para desapropriar terras públicas que possam ser usadas para a reconstrução das áreas destruídas.
"É um compromisso do Presidente da República, dos governadores, da ministra (chefe da Casa Civil) Erenice (Guerra), da Caixa Econômica Federal , do Ministério da Integração Nacional e dos prefeitos, de a gente procurar locais mais altos para que a gente possa reconstruir as casas e garantir que as pessoas possam viver em segurança."
Visita
O presidente visitou nesta quinta-feira cidades muito danificadas pelas enchentes nos Estados de Alagoas e de Pernambuco. Quando a viagem do presidente foi inicialmente anunciada no começo da semana, o Planalto disse que ele apenas sobrevoaria de helicóptero as regiões afetadas.
Mas, no fim das contas, o helicóptero desceu nas cidades de Palmares, em Pernambuco, e Rio Largo, em Alagoas. O presidente entrou no meio do povo, foi abraçado e fotografado e conversou bastante.
Na cidade de Rio Largo, o presidente andou sobre os escombros do centro da cidade a beira-rio e deixou seus seguranças tensos ao atravessar uma estreita pinguela.
"Só vindo aqui para ter a dimensão verdadeira dessa tragédia. Pela mídia a gente não percebe toda a dimensão do desastre", disse o presidente ao visitar uma escola que está recebendo desabrigados em Rio Largo.
O presidente disse que os Estados de Alagoas e de Pernambuco já receberam R$ 275 milhões cada em verbas de emergência.
"Isso é uma antecipação. A gente não sabe exatamente quanto dinheiro vai ser necessário, mas não podemos admitir o absurdo de os Estados ficarem por semanas” sem que “a burocracia consiga liberar umas verba de emergência", disse o presidente.
Ao ser questionado sobre a velocidade no atendimento às vitimas da catástrofe, o presidente disse que o governo dele demonstrou em Santa Catarina, no ano passado, e no Rio de Janeiro, este ano, muito mais presteza do que os antecessores no atendimento às emergências.
E disse ainda que o trabalho será ainda mais rápido nos Estados com menos infraestrutura, como é o caso de Alagoas e de Pernambuco.
"Acontece que tem Estado que tem mais estrutura do que outro. Tem Estado mais rico do que outros, e você precisa ajudar aquele que mais precisa de você."
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