A proposta foi aprovada por 99 votos a 0 no Senado, e 408 a 8 na Câmara dos Representantes.
O Congresso quer pressionar Teerã a suspender seu programa nuclear. Washington suspeita que o programa tenha como objetivo a fabricação de uma bomba atômica, mas o Irã nega a acusação.
Os políticos dos partidos Republicano e Democrata vêm tentando aumentar as sanções ao Irã. Apesar da aprovação de medidas mais duras pelo Conselho de Segurança da ONU e da União Europeia nas últimas semanas, os legisladores americanos acham que elas não foram duras o suficiente.
Empresas americanas já são proibidas de fazer negócios com o Irã ou investir no país persa. Empresas estrangeiras que investem no setor energético iraniano também podem sofrer sanções segundo a lei atual dos EUA, mas nenhuma punição foi aplicada até agora.
A nova legislação penaliza empresas que entregam gasolina ao Irã e instituições bancárias internacionais que estão envolvidas com a Guarda Revolucionaria iraniana, o programa nuclear do país e ajudam supostas atividades terroristas.
Ela privará bancos estrangeiros de acessar o sistema financeiro dos EUA se eles fizeram negócios com os iranianos. Os fornecedores mundiais de gasolina também podem ser banidos do sistema bancário, das transações de propriedade e de câmbio nos Estados Unidos.
Pressão
O senador republicano John McCain classificou a medida como "as sanções mais poderosas já impostas pelo Congresso ao governo do Irã".
"Por causa desta legislação, nós estaremos dando uma escolha às companhias de todo o mundo. Vocês querem fazer negócios com o Irã ou com os EUA? Nós achamos que não é uma escolha difícil, mas nós forçaremos as empresas a fazê-la", disse McCain.
Um ponto acrescentado nas negociações finais dos parlamentares especifica que bancos internacionais negociando com bancos da Guarda Revolucionária Iranian serão banidos do sistema financeiro americano. Só esta medida tem "o potencial de virar o jogo" na insistência iraniana de desafiar a pressão internacional, disse o presidente do Comitê da Câmara para Relações Exteriores, o democrata Howard Berman.
Sanções
O Conselho de Segurança da ONU renovou em 9 de junho sua condenação à política nuclear iraniano em uma resolução acompanhada por sanções, a quarta desde 2006.
O governo iraniano afirmou na última sexta-feira (18), em comunicado publicado pela agência Irna, que as sanções recebidas do Conselho de Segurança da ONU são ilegais e deveriam ser revogadas.
De acordo com o órgão iraniano, a aprovação destas sanções adicionais seriam ilegais, pois quebram um artigo do estatuto da ONU e contradizem as regras da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, que coordena a política de segurança e defesa do país se posicionou contra as medidas, alegando violação da soberania nacional.
"A entrada do Conselho de Segurança das Nações Unidas nas atividades nucleares pacíficas da República Islâmica do Irã é ilegal e inválida", disse o órgão em comunicado.
Às medidas da ONU somaram-se nesta semana sanções extras aplicadas pelos EUA e pela UE. Na quarta-feira (16), o Tesouro dos EUA impôs sanções adicionais ao Irã por seu programa nuclear, pondo na "lista negra" mais empresas e pessoas suspeitas de ligações com o programa nuclear ou de mísseis do Irã.
As medidas proíbem transações de americanos com as entidades listadas, e buscam congelar quaisquer bens que elas tenham sob jurisdição americana. A União Europeia anunciou medidas adicionais semelhantes na quinta-feira (17).
Expulsão
O Irã notificou a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que proibiu a entrada de dois inspetores no país para verificar suas instalações nucleares, segundo informou nesta segunda-feira a agência Isna, citando o chefe do programa nuclear iraniano, Alí Akbar Salehi.
Salehi disse que os nomes dos dois inspetores foram informados a AIEA semana passada. "Estes inspetores não têm o direito de vir ao Irã, pois vazaram informações antes que fossem oficialmente anunciadas e, além disso, deram dados falsos", disse Salehi à agência Isna. "Nós pedimos para que eles nunca mais enviassem aqueles dois inspetores novamente para o Irã. Enviassem outros no lugar", afirmou.
Comentários