Recuperados da crise e crescendo a taxas acima de 6%, Brasil e Argentina querem agora ampliar seus saldos comerciais, reduzidos com a diminuição do ritmo exterior da economia mundial. Para reverter esse problema, os dois países querem ampliar ainda mais a balança comercial entre eles e, assim, compensar as perdas com outros países.

"Ambos os países estão indo muito bem, superamos a crise internacional, e estamos contribuindo para a recuperação internacional. Isso implica por um lado na recomposição da nossa relação comercial, nosso volume de comércio volta ao patamar de antes da crise, porém, nosso saldo comercial está diminuindo", afirmou o ministro da Fazenda Guido Mantega após reunião com representantes do governo argentino.

De acordo com ele, ao invés de deixar "vazar" o dinamismo do mercado local para os países avançados, os países devem que aproveitar e intregrar melhor seus próprios mercados. "Os países avançados não podem resolver seus problemas às custas dos nossos mercados", disse.

O comércio entre Brasil e Argentina está atualmente em cerca US$ 25 bilhões. Mas, de acordo com os ministros, já chegou a R$ 30 bilhões.

O ministro argentino da Economia, Amado Boudou, afirmou que os dois países buscam mais integração comercial, industrial e financeira. "Depois da crise, está emergindo um novo mundo e ele requer novas estratégias."

Os representantes dos dois países assumiram, em reunião, o compromisso de melhorar o acesso do Brasil e da Argentina a seus respectivos mercados. Além disso, eles concordaram em aumentar a periodicidade da chamada "comissão de monitoramento" das relações bilaterais.

IPI

O ministro voltou a afirmar que o governo não estuda retomar as reduções no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) "nem para a linha branca, nem para nenhum setor."

Segundo ele, o que existem são estudos para incentivar a produção de produtos com menos emissão de gases, que são permanentes. "Primeiro é preciso que haja uma nova tecnologia para haver algo nesse sentido, mas isso não está próximo", disse.

Mantega disse ainda que o crescimento da economia, com a renda e o emprego em expansão, fará com que a população consuma "naturalmente esses produtos, sem estímulo fiscal."