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Cidades/Geral
Quarta - 23 de Junho de 2010 às 19:14
Por: Luciene Oliveira

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Meneghini/Secom-MT
MV Bill faz palestra a jovens do Pedra 90, durante programação do Projeto de Cara Limpa Contra a Droga
MV Bill faz palestra a jovens do Pedra 90, durante programação do Projeto de Cara Limpa Contra a Droga

“A melhor maneira de sair das drogas é não entrar”. A mensagem foi repetida várias vezes pelo happer MV Bill, na manhã desta quarta-feira (23.06), durante lançamento do projeto “De Cara Limpa Contra as Drogas”, da Polícia Judiciária Civil, no bairro Pedra 90. O cantor de rap brasileiro veio à Cuiabá a convite do projeto para contar um pouco de sua experiência com as drogas e falar do trabalho que desenvolve com jovens pobres de várias de favelas.

Nascido em criado na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, que ficou mundialmente conhecida pela violência, MV Bill, contou ao público de mais de 1.200 pessoas, entre alunos, comunidade e policiais, que se utiliza da música para falar dos problemas sociais. Ele que até hoje mora na favela disse que decidiu permanecer na comunidade pobre para ajudar os jovens dali. “Nasci na Cidade de Deus por conta do destino, mas meu futuro posso mudar pelo meu trabalho. Decidi ficar na comunidade como forma devolver tudo o que eu consegui”, afirmou.

Por mais de uma hora o happer conversou com os adolescentes, distribuiu CD’s, tirou fotos e deu autógrafos. Uma aluna pediu conselho para tirar o tio das drogas. MV Bill, que antes tinha contado dos problemas enfrentados com o pai usuário de cocaína desde aos 14 anos, respondeu que o jovem não precisa seguir os exemplos negativos que tem na família ou no meio social e incentivou a menina a ajudar o tio. “Não precisa ter um exemplo na família para saber que a droga é ruim. Para isso estamos fazendo esse trabalho aqui, porque a melhor forma de se livrar é não entrar”, destacou.

Para o happer a única forma de se combater as drogas é trabalhar na antecipação, na prevenção. “Esse diálogo com a juventude em algum momento dá resultado”, reforçou. “É um grande desafio para o Brasil criar políticas públicas para tratar quem quer se livrar das drogas”, complementou.

Alunos de quinze escolas públicas da região do Pedra 90 receberão a partir do mês de agosto as ações do projeto “De Cara Limpa Contra as Drogas”. Os estudantes tiveram nesta manhã uma pequena amostra das atividades que serão levadas a eles. Apresentações de dança de rua, música, encenação teatral, taekwondo, capoeira, desfiles das escolas com fanfarras foram algumas das atrações do lançamento.

A delegada Elaine Fernandes, gerente executiva do projeto, ressaltou a força das parcerias nas ações do projeto “De Cara Limpa Contra as Drogas”, que tem permitido expandir o programa para outras comunidades, como o Pedra 90 e cidades mato-grossenses. “A Delegacia de Entorpecentes trabalha tanto com a repressão quanto com a prevenção, mas são os parceiros que fazem com que o programa tenha efetividade e resultados positivos”, agradeceu.

“A adesão das pessoas demonstra que o projeto está construído em bases sólidas, com atitudes, posicionamento e participação. Isso reflete na credibilidade das ações”, complementou a diretora geral adjunta da Polícia Civil, Thaís Camarinho.

AÇOES

Meneghini/Secom-MT
Apresentações culturais no Pedra 90, durante programação do Projeto de Cara Limpa Contra a Droga, promovido pela Policia Civil
Para alertar a massa estudantil sobre as coisas boas da vida e longe das drogas, o projeto “De Cara Limpa Contra as Drogas” sai do plano da discussão, considerada ‘chata’ por muitos adolescentes, para as atividades esportivas e culturais. O projeto vai levar para cerca de dois mil estudantes da região do Pedra 90, cursos profissionalizantes do Senai, Senac, Sebrae, entre outros parceiros, oficina de teatro realizada pelo Grupo Cena Onze e Art Negus, oficina de música (violão, bateria e teclado), taekwondo, coral adulto e infanto-juvenil e dança de rua. Tem ainda os concursos de frases, desenhos, cartazes e paródias, que de forma lúdica despertam atenção dos alunos para os malefícios das drogas e traz conscientização.

O esporte vem com força nessa nova etapa do projeto. Para incentivar crianças e adolescente a desenvolverem uma atividade física e até se profissionalizarem, atletismo, futebol, natação e ginástica olímpica serão oportunizados aos estudantes. Outra novidade será a criação de uma cooperativa para dar sustentos às famílias que viviam do tráfico.

O happer MV Bill, acredita ser este o caminho. O criador da Ong Central Única das Favelas (Cufa) encontrou nas atividades socioeducativas, em forma de oficinas, uma maneira de dar aos jovens a oportunidade de sair da marginalidade. O basquete de rua é o trabalho mais conhecido da Cufa, que tem representações em várias cidades brasileiras, entre elas Cuiabá.

As palestras e oficinas não deixarão de acontecer, pois fortalece as demais atividades do projeto. O trabalho será realizado pelos acadêmicos das faculdades de medicina, psicologia, farmácia, pedagogia, assistência social e outros voluntários.






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