O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse nesta quarta-feira que o investimento do governo federal no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e no Minha Casa Minha Vida vai aumentar de R$ 25 bilhões neste ano para, pelo menos, R$ 44 bilhões em 2011.

"Em 2011, o PAC e o Minha Casa Minha Vida somarão pelo menos R$ 44 bilhões. Neste ano são cerca de R$ 25 bilhões. Essa é a parte que o governo federal tem que pagar de subsidio dos financiamentos [das obras executadas dentro dos dois programas]", disse o ministro, após reunião da Junta Orçamentária com o presidente Lula, em Brasília.

Bernardo confirmou ao presidente na reunião a perspectiva de que a economia brasileira cresça 5,5% no ano que vem e de que a inflação fique em torno de 4,5%. Os dados devem constar da proposta de orçamento para 2011 que vai ser enviada ao Congresso em agosto. Lula também recebeu números da receita e previsão de despesas.

O ministro disse que o não há previsão de novos cortes de despesas neste ano e apontou que o governo pode avaliar a anulação das contenções já feitas se for registrada folga na receita por conta do aumento na arrecadação de impostos.

"Nossa previsão de receita e despesa para este ano já está feita. Se tivermos um pouco de folga, e será pouco, na receita, nós poderemos fazer uma liberação. Cortes, não tem previsão", disse.

Ele se disse contrário à proposta do relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2011, senador Tião Viana (PT-AC), de que o reajuste do salário mínimo seja estabelecido de acordo com a média de variação do PIB (Produto Interno Bruto) em 2008 e 2009

Hoje, o salário mínimo é reajustado segundo o crescimento real do PIB.

"Continuamos trabalhando com o acordo que nós temos há seis anos com as centrais sindicais, que é o aumento de acordo com o crescimento da economia. É mais adequado até porque você tem um critério e um acordo com as centrais para fazer isso até 2020, embora o governo, no ano que vem, tenha a prerrogativa de revisar isso quando assumir", disse.