Maggi é homenageado por valorizar políticas comunitárias
A União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairro (Ucamb), entidade que reúne 300 presidentes de bairros da Capital, entrega amanhã (23) o Título de Cidadão Comunitário ao pré-candidato ao Senado Blairo Maggi (PR). Ele será o único ex-governador já agraciado com a homenagem. Além disso, essa será a segunda vez que Maggi receberá uma condecoração da entidade em reconhecimento pela inclusão de lideranças locais nas políticas públicas estaduais e também pelos serviços prestados que chegaram às comunidades cuiabanas.
“Esse espaço de interação, aberto para os líderes sociais por um governador, é algo inédito na história do movimento comunitário mato-grossense. Blairo Maggi é o único ex-governador que já recebeu o título. É bom lembrar que o conselho da Ucamb só aprova a realização da homenagem se a pessoa tiver mesmo relevantes serviços prestados”, pontua o presidente da entidade, Édio Martins. Participarão da homenagem lideranças de diversos bairros da Capital e integrantes de clubes de mães, idosos, além de moradores em geral. O evento está marcado para as 19h, na sede da Ucamb, na Avenida XV de Novembro.
Martins frisa que inúmeras parcerias firmadas entre o governo estadual e os representantes de bairros cuiabanos levaram à população melhorias que proporcionaram dignidade a centenas de famílias. “Foram mais de 300 quilômetros de ruas asfaltadas nos últimos sete anos. Somente no ano de 2008, 25 bairros receberam pavimentação. Com o asfalto, evita-se a poeira, evita-se o esgoto a céu aberto e a lama”, frisa o líder comunitário.
Entre os bairros que foram 100% asfaltados estão o Beira Rio, na região Oeste da cidade. Outras comunidades, como o São Matheus, tiveram 70% de suas vias asfaltadas. Para o presidente da Ucamb, outra obra de asfaltamento pode ser encarada como uma conquista com significado especial: a pavimentação da principal via na tradicional comunidade São Gonçalo Beira-Rio, na região do Coxipó.
A localidade é considerada o primeiro bairro da Capital e o povoado chega anteceder a fundação de Cuiabá. Estabelecida em 1719, a comunidade São Gonçalo é hoje um berço da cultura mato-grossense, que se expressa e se perpetua em manifestações populares das mais variadas formas, desde a preservação do Siriri – com o grupo Flor do Siriri- até a valorização do trabalho de artesãos locais e o fomento à pesca. Apesar de sua importância histórica, o asfaltamento chegou à comunidade somente em 2004, por meio de um convênio firmado na gestão do então governador Blairo Maggi. À época, também foi reformado o Centro Sócio Cultural Antônio Lopes Pereira, que abriga uma loja com produtos dos artesãos lo cais.
“Foi a primeira vez que um governador olhou para nós e decidiu asfaltar do início ao fim a avenida Beira-Rio, que nos liga ao resto da cidade. Ele veio aqui um dia e me perguntou a quanto tempo estávamos esperando pelo asfalto. E eu respondi: há 280 anos. Nós rimos juntos naquele dia”, recorda o ex-presidente de bairro e morador da comunidade desde 1962, Dalmi Lúcio de Almeida, 69 anos.
Dalmi frisa que o asfaltamento levou a prosperidade e o progresso para os moradores, com a valorização cultural propiciada pela facilitação da chegada de turistas ao local. “Nós tínhamos apenas um bar aqui na comunidade. Ninguém vinha para cá, porque quando estava calor tinha poeira e quando chovia tinha lama. Agora temos 15 novas peixarias e cada uma delas gerou em média de oito empregos diretos. Nos finais de semana, recebemos em média mil visitantes. Foi um grande progresso para nós”.
Tão forte quanto a tradição da pesca, é também na comunidade o artesanato - repassado nas famílias da comunidade de geração a geração. Hoje, 18 famílias da região são formadas por artesãos que repassam aos filhos as técnicas de criação dos objetos com cerâmica. “Aprendi com meu pai e com minha mãe a fazer o artesanato. Antes, nossas peças tinham que sair daqui de canoa, para chegar até o Porto em Cuiabá e serem vendidas. Hoje, o turista vem até aqui e vendemos na nossa porta. Melhorou nossa renda em casa e também o nosso reconhecimento como artistas”, destaca a artesã Antônia da Silva, 66 anos, que sempre viveu no local.
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