Evolução entre admitidos e demitidos nos primeiros meses do ano revela que MT passa de 7,8 mil empregados para quase 20 mil
Emprego com carteira tem alta de 147% neste ano em MT
O saldo de empregados com carteira assinada em Mato Grosso, resultado das demissões e admissões ocorridas nos primeiros cinco meses de 2010, mostra evolução de 147,34% na comparação com igual período do ano passado. Em 2009 eram 7.843 trabalhadores e neste ano o acumulado revela que passa de 19.390 o número de novas vagas abertas no período. Esse desempenho, segundo a Federação da Indústria no Estado de Mato Grosso (Fiemt), indica que cada vez mais os empregos deixam o caráter temporário/sazonal, para adquirir características permanentes e consolidadas.
Ontem, o Ministério do Trabalho e Emprego apresentou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referente ao mês de maio e ao acumulado do ano. No acumulado de 2010, Mato Grosso contratou 155.113 trabalhadores e demitiu 135.714, daí o saldo de 19.399 vagas. Em 2009, neste mesmo período, foram empregadas 136.848 pessoas e 129.003 foram desligadas, saldo de 7.843.
Para o presidente da Fiemt, Jandir Milan, atingir o saldo de cerca de 20 mil empregados no Estado em apenas cinco meses “revela que Mato Grosso caminha para frente como nunca, afinal são novas vagas”. Milan frisa ainda que nas estatísticas do Caged os segmentos que mais contribuem para o saldo atual são a indústria e serviços, segmentos que, como ele classifica, “são os que mais ofertam vagas de caráter permanente. São empregos consolidados”. Comércio e agricultura, que juntos empregaram mais de 75 mil pessoas de janeiro a maio deste ano, mantêm a característica da sazonalidade, de empregos temporários e alta rotatividade no decorrer do ano. “Indústria e serviços mantiveram cada um mais de 4,5 mil vagas entre demitidos e admitidos”, frisa. O presidente da Fiemt afirma também que na medida em que a indústria avança o segmento de serviços segue a mesma trajetória, “já que o último é uma consequência do primeiro e ambos, por necessitarem de mão-de-obra qualificada, ofertam vagas de caráter mais duradouro”.
MAIO - Nestes primeiros meses de 2010, Mato Grosso contratou 29.943 pessoas com carteira assinada, os chamados empregos celetistas, e demitiu no mesmo período 29.279 pessoas. O saldo, a diferença entre contratações e desligamentos, é de 664 pessoas.
Na comparação mensal, Mato Grosso registrou o pior desempenho de todos os estados do Centro-Oeste, com expansão sobre o mês anterior (abril) de 0,13%. Goiás teve 1,06% de alta, seguido do Mato Grosso do Sul, 0,66%, e Distrito Federal com 0,48%. O maio de Mato Grosso tem o pior saldo desde 2007.
LOGÍSTICA – “Há dois anos tínhamos pela BR-163 o mesmo sonho de vê-la concluída que havia há 30 anos. Porém, agora em 2010, sabemos que as obras estarão prontas em 2011 e isso quer dizer que se até o momento os investimentos aportavam em Mato Grosso, mesmo sob o gargalo da infraestrutura, com esta via de escoamento a nossa realidade será melhor”. Diante disso, Milan frisa: “A indústria é viável no Estado e em breve receberemos mais investimentos. Com melhorias logísticas se abre a porteira para recepção de mais indústrias e isso quer dizer mais empregos, renda e impostos em circulação”.
Milan, que é industrial do segmento de móveis para escritório, conta que para enviar uma carreta de produtos para o Paraná desembolsa R$ 9 mil de frete. Quando a mesma carreta faz o sentido inverso, custa apenas R$ 3 mil, ou seja: “o frete de lá para cá é um terço daquilo que nos cobram para escoar a produção de Mato Grosso para o Sul do país”. Para ele, com a BR-163 abrindo caminho para as exportações via rio Tapajós, a demanda pelos portos do Sul e Sudeste do país reduz e, com opção de escoamento, “os empresários terão preços mais acessíveis para fazer chegar sua produção em uma destas duas regiões”.
E em relação ao volume de empregos para Mato Grosso, Milan afirma que cada vez mais o saldo de empregados mostrará evolução de um ano para o outro, refletindo exatamente a “expansão industrial mato-grossense”.
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