O comando da campanha do PSDB à Presidência espera o desfecho da reunião que o PP realizará nesta terça-feira para definição do vice da chapa de José Serra (PSDB). Cobiçado pelo PSDB, o PP confirmará a tendência de neutralidade caso não convoque a convenção, originalmente programado para o dia 30.
Sem marcar a convenção, o PP dará uma demonstração da disposição de liberar os diretórios estaduais. O ex-governador de Minas Aécio Neves admitiu, nesta segunda-feira, que o PP deverá ficar solto. Questionado sobre qual seria o nome do vice, brincou: "Perguntem ao José Serra. Quem souber, me avise".
Minutos antes de uma reunião com a ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu), Serra também brincou ao ser questionado se "Minas terá a honra de saber quem é seu vice".
"Sim, terá a honra assim que o nome estiver disponível".
Código florestal
Já na ABCZ, Serra defendeu que a aprovação de um novo código florestal não seja concluída ainda este ano. "Não seria bom ser concluído neste ano. Demoraram muito. Não é nos seis meses que faltam que vai se resolver racionalmente", disse Serra, fazendo ressalvas ao capítulo dos biomas.
"Não dá para ser uma coisa rigorosa. Antes tem que entrar em considerção de que bioma, de que região e de que biologia estamos falando", disse Serra, que, após a reunião com produtores, visitou um laboratório especializado em genética animal, incluindo clonagem de boi.
No encontro, Serra acolheu como boa a ideia do governador Antonio Anastasia de criação de um SUS para o Meio-Ambiente, ao qual Serra chamou de "Suma". "Depois que ganhar a eleição, você [Anastasia] formula a proposta com artigos e parágrafos. E Aécio apresenta no primeiro dia do Senado", afirmou.
Mais uma vez, Serra acusou o governo de omissão na área de segurança.
"O governo federal se escora na Constituição para não se envolver. Nem que tenhamos que mudar a Constituição, o governo federal tem que ser o coordenador da segurança no Brasil".
Aos produtores, ele também voltou a criticar aporte de recursos públicos para o MST. Segundo ele, é necessária uma política de incentivo à produção nos assentamentos.
"Qual é o principal problema de reforma agrária no Brasil? É fazer o assentamento produzir [...] "Paga-se uma nota para desapropriar, custa R$ 40 mil, R$ 50 mil, R$ 60mil por família assentada. Tem cabimento depois ter que manter com uma cesta básica? Nenhum".
Depois de atuar em terreno fértil para sua candidatura, Serra fez corpo-a-corpo ao lado de Aécio no centro da cidade. Sob forte aparato policial _ que incluiu fechamento de rua _ Aécio, Serra e Anastasia tomaram café numa pastelaria. Serra optou ainda por um suco em lata. Antes, ao passar numa farmácia, Serra explicou-se a Aécio.
"Farmácia. Não posso deixar de entrar", justificou-se, pouco antes de posar para fotos com uma caixa de genérico.
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