Índice de adultos obesos chega a 13,9%. Ministério da Saúde investe na promoção de saúde e atividade física
Quase metade dos brasileiros tem excesso de peso
O índice de sobrepeso e obesidade da população brasileira avançou nos últimos quatro anos. Levantamento mais recente do Ministério da Saúde aponta que, de 2006 a 2009, a proporção de pessoas com excesso de peso subiu de 42,7% para 46,6%. O percentual de obesos cresceu de 11,4% para 13,9% no mesmo período. Os dados fazem parte da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que entrevistou 54 mil adultos.
A Vigitel 2009 aponta que 51% dos homens e 42,3% das mulheres têm excesso de peso. A ocorrência do problema está relacionada a fatores genéticos, mas há uma influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados no decorrer da vida. Entre os homens, a situação é mais comum a partir dos 35 anos, mas chega a 59,6% de 55-64. Na população feminina, o índice mais que dobra na faixa etária dos 45 aos 54 anos (52,9%) em relação a 18-24 anos (24,9%).
Já a prevalência da obesidade entre homens quase triplica do grupo etário de 18 a 24 anos (7,7%) para 55 a 64 anos (19,9%). Quando se levam em consideração só as mulheres, o índice aumenta mais de três vezes na comparação das duas faixas etárias: de 6,2% para 21,3%.
A coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, analisa que o expressivo crescimento no número de pessoas com sobrepeso e obesas, em um curto período, é uma tendência mundial. “O Brasil não está isolado nessas estimativas. É mais um reflexo da queda no consumo de alimentos saudáveis e a substituição deles por produtos industrializados e refeições pré-prontas”, comenta.
AÇÕES DE PREVENÇÃO – Além do excesso de peso, uma alimentação pouco balanceada aliada ao sedentarismo pode contribuir com o aparecimento de doenças crônicas. De acordo com a Vigitel 2009, 24,4% da população brasileira foi diagnosticada com hipertensão arterial e 5,8% afirma sofrer de diabetes. O consumo excessivo de sal e gordura é apontado como fator de risco para a pressão alta, enquanto a incidência de diabetes pode estar relacionada à ingestão de grande quantidade de açúcar, massas e alimentos calóricos.
Para reduzir o número de obesos, hipertensos e diabéticos, o Ministério da Saúde busca prevenir os problemas que começam na mesa e nos hábitos do brasileiro. As equipes da Estratégia Saúde da Família, que alcançam cerca de 100 milhões de pessoas, orientam as famílias a ter padrões alimentares saudáveis. Desde 2006, a Política Nacional de Promoção da Saúde estimula a realização de atividades físicas em 1,5 mil municípios.
Somente no período de 2006 a 2009, foram repassados R$ 122,4 milhões a todas essas cidades que integram a Rede Nacional de Promoção da Saúde com essa finalidade. Em 2010, serão outros cerca de 50 milhões para a sustentabilidade da Rede de Promoção.
“Nós repassamos recursos regularmente para as Secretarias Municipais oferecerem exercícios físicos para a comunidade. O dinheiro também é usado para capacitar os profissionais de saúde a orientar as atividades corporais e lúdicas”, explica Deborah Malta, do Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde também lançou em 2006 o Guia Alimentar para a População Brasileira. Trata-se da primeira vez que foi lançada uma orientação oficial para gestores, profissionais de saúde e população sobre alimentação saudável. Ainda, nutricionistas foram inseridos no apoio às equipes de saúde da família, com a criação do Núcleo de Apoio ao Saúde da Família (Nasf). Atualmente 1.132 unidades do Nasf estão habilitadas em todo o país. Além disso, por meio do Saúde na Escola, leva orientação à estudantes.
SAIBA MAIS
Os índices de excesso de peso são calculados com base no Índice de Massa Corporal (IMC). Qualquer pessoa pode descobrir qual é o próprio estado nutricional com base no peso e na altura. Esse cálculo vale para quem tem de 20 a 60 anos.
P (peso)
IMC = _______________
A² (altura x altura)
IMC (kg/m²)
|
Estado Nutricional
|
Menor que 18,5
|
Baixo peso
|
18,5 a 24,99
|
Peso adequado
|
25 a 29,99
|
Sobrepeso*
|
Maior que 30
|
Obesidade*
|
* Considera-se excesso de peso para IMC a partir de 25, o que inclui sobrepeso e obesidade.
Aracaju
|
47,4
|
Belém
|
44,2
|
Belo Horizonte
|
39,9
|
Boa Vista
|
49,1
|
Campo Grande
|
50,8
|
Cuiabá
|
46,7
|
Curitiba
|
45,5
|
Florianópolis
|
45,0
|
Fortaleza
|
47,0
|
Goiânia
|
45,8
|
João Pessoa
|
42,9
|
Macapá
|
43,5
|
Maceió
|
41,5
|
Manaus
|
45,6
|
Natal
|
45,5
|
Palmas
|
37,7
|
Porto Alegre
|
46,1
|
Porto Velho
|
48,8
|
Recife
|
45,6
|
Rio Branco
|
52,2
|
Rio de Janeiro
|
50,4
|
Salvador
|
45,3
|
São Luís
|
40,3
|
São Paulo
|
50,5
|
Teresina
|
39,4
|
Vitória
|
46,3
|
Distrito Federal
|
36,2
|
Aracaju
|
16,4
|
Belém
|
12,8
|
Belo Horizonte
|
11,2
|
Boa Vista
|
12,7
|
Campo Grande
|
17,3
|
Cuiabá
|
13,9
|
Curitiba
|
12,9
|
Florianópolis
|
12,7
|
Fortaleza
|
15,3
|
Goiânia
|
11,4
|
João Pessoa
|
12,3
|
Macapá
|
15,1
|
Maceió
|
13,1
|
Manaus
|
15,0
|
Natal
|
13,3
|
Palmas
|
8,8
|
Porto Alegre
|
14,3
|
Porto Velho
|
17,6
|
Recife
|
13,8
|
Rio Branco
|
17,1
|
Rio de Janeiro
|
17,7
|
Salvador
|
15,2
|
São Luís
|
12,1
|
São Paulo
|
13,1
|
Teresina
|
12,1
|
Vitória
|
13,1
|
Distrito Federal
|
9,3
|
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