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Saúde
Segunda - 21 de Junho de 2010 às 14:40

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O índice de sobrepeso e obesidade da população brasileira avançou nos últimos quatro anos. Levantamento mais recente do Ministério da Saúde aponta que, de 2006 a 2009, a proporção de pessoas com excesso de peso subiu de 42,7% para 46,6%. O percentual de obesos cresceu de 11,4% para 13,9% no mesmo período. Os dados fazem parte da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que entrevistou 54 mil adultos.

A Vigitel 2009 aponta que 51% dos homens e 42,3% das mulheres têm excesso de peso. A ocorrência do problema está relacionada a fatores genéticos, mas há uma influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados no decorrer da vida. Entre os homens, a situação é mais comum a partir dos 35 anos, mas chega a 59,6% de 55-64. Na população feminina, o índice mais que dobra na faixa etária dos 45 aos 54 anos (52,9%) em relação a 18-24 anos (24,9%).

Já a prevalência da obesidade entre homens quase triplica do grupo etário de 18 a 24 anos (7,7%) para 55 a 64 anos (19,9%). Quando se levam em consideração só as mulheres, o índice aumenta mais de três vezes na comparação das duas faixas etárias: de 6,2% para 21,3%.

A coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, analisa que o expressivo crescimento no número de pessoas com sobrepeso e obesas, em um curto período, é uma tendência mundial. “O Brasil não está isolado nessas estimativas. É mais um reflexo da queda no consumo de alimentos saudáveis e a substituição deles por produtos industrializados e refeições pré-prontas”, comenta.

AÇÕES DE PREVENÇÃO – Além do excesso de peso, uma alimentação pouco balanceada aliada ao sedentarismo pode contribuir com o aparecimento de doenças crônicas. De acordo com a Vigitel 2009, 24,4% da população brasileira foi diagnosticada com hipertensão arterial e 5,8% afirma sofrer de diabetes. O consumo excessivo de sal e gordura é apontado como fator de risco para a pressão alta, enquanto a incidência de diabetes pode estar relacionada à ingestão de grande quantidade de açúcar, massas e alimentos calóricos.

Para reduzir o número de obesos, hipertensos e diabéticos, o Ministério da Saúde busca prevenir os problemas que começam na mesa e nos hábitos do brasileiro. As equipes da Estratégia Saúde da Família, que alcançam cerca de 100 milhões de pessoas, orientam as famílias a ter padrões alimentares saudáveis. Desde 2006, a Política Nacional de Promoção da Saúde estimula a realização de atividades físicas em 1,5 mil municípios.

Somente no período de 2006 a 2009, foram repassados R$ 122,4 milhões a todas essas cidades que integram a Rede Nacional de Promoção da Saúde com essa finalidade. Em 2010, serão outros cerca de 50 milhões para a sustentabilidade da Rede de Promoção.

“Nós repassamos recursos regularmente para as Secretarias Municipais oferecerem exercícios físicos para a comunidade. O dinheiro também é usado para capacitar os profissionais de saúde a orientar as atividades corporais e lúdicas”, explica Deborah Malta, do Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde também lançou em 2006 o Guia Alimentar para a População Brasileira. Trata-se da primeira vez que foi lançada uma orientação oficial para gestores, profissionais de saúde e população sobre alimentação saudável. Ainda, nutricionistas foram inseridos no apoio às equipes de saúde da família, com a criação do Núcleo de Apoio ao Saúde da Família (Nasf). Atualmente 1.132 unidades do Nasf estão habilitadas em todo o país. Além disso, por meio do Saúde na Escola, leva orientação à estudantes.

SAIBA MAIS

Os índices de excesso de peso são calculados com base no Índice de Massa Corporal (IMC). Qualquer pessoa pode descobrir qual é o próprio estado nutricional com base no peso e na altura. Esse cálculo vale para quem tem de 20 a 60 anos.


 P (peso)
IMC = _______________
         A
² (altura x altura)

 
 

IMC (kg/m²)
Estado Nutricional
Menor que 18,5
Baixo peso
18,5 a 24,99
Peso adequado
25 a 29,99
Sobrepeso*
Maior que 30
Obesidade*

* Considera-se excesso de peso para IMC a partir de 25, o que inclui sobrepeso e obesidade.

 
Proporção de excesso de peso (%)
Tabela das capitais – Vigitel 2009
 
Aracaju
47,4
Belém
44,2
Belo Horizonte
39,9
Boa Vista
49,1
Campo Grande
50,8
Cuiabá
46,7
Curitiba
45,5
Florianópolis
45,0
Fortaleza
47,0
Goiânia
45,8
João Pessoa
42,9
Macapá
43,5
Maceió
41,5
Manaus
45,6
Natal
45,5
Palmas
37,7
Porto Alegre
46,1
Porto Velho
48,8
Recife
45,6
Rio Branco
52,2
Rio de Janeiro
50,4
Salvador
45,3
São Luís
40,3
São Paulo
50,5
Teresina
39,4
Vitória
46,3
Distrito Federal
36,2
 
Proporção de obesidade (%)
Tabela das capitais – Vigitel 2009
Aracaju
16,4
Belém
12,8
Belo Horizonte
11,2
Boa Vista
12,7
Campo Grande
17,3
Cuiabá
13,9
Curitiba
12,9
Florianópolis
12,7
Fortaleza
15,3
Goiânia
11,4
João Pessoa
12,3
Macapá
15,1
Maceió
13,1
Manaus
15,0
Natal
13,3
Palmas
8,8
Porto Alegre
14,3
Porto Velho
17,6
Recife
13,8
Rio Branco
17,1
Rio de Janeiro
17,7
Salvador
15,2
São Luís
12,1
São Paulo
13,1
Teresina
12,1
Vitória
13,1
Distrito Federal
9,3
 
 





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